Conquistado em 20 de maio de 2018, com uma vitória sobre o Sporting na final da prova ‘rainha’ (2-1), no Estádio Nacional, em Oeiras, a Taça foi leiloada em hasta pública no portal e-leilões na Internet, no âmbito da insolvência da SAD do Desportivo das Aves.

O leilão foi gerido pelo Tribunal Judicial da Comarca do Porto e decorreu até às 10:00 desta terça-feira, tendo, a partir de um valor de abertura de 800 euros e de um valor base de 1.600 euros, fixado 1.360 euros como fasquia mínima aceite para a aquisição do troféu.

Fonte da autarquia revelou ao SAPO24 que a taça foi adquirida por 30 mil euros.

Nos derradeiros minutos, uma série de licitações consecutivas vieram inflacionar o valor da melhor proposta, contrariando o desejo do refundado Desportivo das Aves 1930 em resgatar a Taça de Portugal arrebatada pela extinta SAD.

Para o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, “a compra do troféu da Taça de Portugal conquistada pelo Aves foi uma decisão que visou garantir a permanência deste importante troféu no clube”.

“Não podíamos permitir que um troféu com tanta relevância para a história do desporto no concelho ficasse na posse de um privado, porventura de alguém sem qualquer ligação à Vila das Aves ou ao clube, pelo que o Município de Santo Tirso fez questão de evitar que tal acontecesse”, acrescentou.

O que aconteceu à Taça?

A maior conquista da história do emblema avense foi arrestada à SAD em julho de 2020, quando a administração liderada pelo chinês Wei Zhao reprovou nos requisitos de licenciamento nas provas profissionais da temporada 2020/21 junto da Liga de clubes e dispensou o recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol.

Os nortenhos já tinham sido despromovidos desportivamente à II Liga, mas 'caíram' pela via administrativa no Campeonato de Portugal, então terceiro escalão nacional, afetados por dívidas salariais e rescisões unilaterais de jogadores, equipa técnica e funcionários.

A SAD, que ainda assistiu ao arresto dos dois autocarros do Desportivo das Aves, optou por desistir de participar no Campeonato de Portugal em setembro de 2020, cinco meses antes de ter sido declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Santo Tirso.

As dívidas da SAD de quase 37,5 mil euros a três clubes estrangeiros levaram a FIFA a impedir o clube de inscrever novos jogadores desde agosto de 2020, mas a direção de António Freitas resolveu refundar as secções de futsal e de futebol dois meses depois, que passaram a representar um novo clube, designado por Desportivo das Aves 1930.