“A margem de erro para um clube como o FC Porto é sempre zero: é ganhar ou ganhar. Sei que esta época tem dados diferentes da última, mas o campeonato tem 34 jornadas e o passado diz-nos que não se decidiu nos confrontos entre ‘grandes’, pelo contrário. Temos de jogar para ganhar”, observou o técnico, em conferência de imprensa.

O FC Porto persegue a 10.ª vitória, e sétima consecutiva, na prova, mas vem de uma derrota na visita aos italianos da Lazio (1-2), da quarta de oito rondas da fase de liga da Liga Europa, sentenciada com golos sofridos no período de compensação de cada parte.

“Não jogamos para responder a ninguém, mas para responder a nós próprios. Esse espírito de missão e conquista vai estar presente. Em cima de uma agonia terrível, que foi essa forma demasiado cruel como perdemos em Itália, a resposta que os jogadores me deram nas horas seguintes em pleno treino é de quem tem muito caráter e traço FC Porto vincado. Isso deixa-me perfeitamente descansado”, valorizou.

Os ‘dragões’ voltaram a ceder pontos na Liga Europa nos descontos, tal como já tinha acontecido na segunda ronda, quando atuavam em superioridade numérica na receção aos ingleses do Manchester United (3-3) – que passarão a ser orientados a partir de segunda-feira por Rúben Amorim, treinador do campeão português Sporting.

“São momentos que nos incomodam. Neste último jogo, a equipa pode ter sido traída por querer em demasia ganhar. Podíamos ter sido mais reservados na ponta final, mas isso não faz parte de nós. Queremos acabar rapidamente com as dores de crescimento, mas há questões que não podemos desprezar: temos uma linha defensiva nova, com jogadores que chegaram nos últimos dias de mercado, e tudo isto leva tempo a ser construído e a ganhar robustez”, enquadrou.

O FC Porto espera “canalizar essa revolta” para a visita ao Benfica, numa altura em que atravessa o melhor arranque numa edição da I Liga desde 2017/18, primeira das sete temporadas sob orientação de Sérgio Conceição, na altura coadjuvado por Vítor Bruno.

“Temos pouco tempo de preparação, mas não nos vamos escudar nisso, até porque o vínculo emocional acaba por superar pequenos constrangimentos nestes jogos. Há sempre a questão do detalhe, do talento e do lado individual dos jogadores. Temos de estar muito organizados e ser intensos e uma equipa verdadeiramente à FC Porto”, pediu.

Os ‘encarnados’ têm cinco triunfos seguidos na I Liga desde a substituição do treinador alemão Roger Schmidt por Bruno Lage, mas vêm de uma derrota fora com os germânicos do Bayern Munique (0-1), na quarta jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, num embate em que reforçaram cautelas defensivas com a transformação do habitual ‘4-2-3-1’ em ‘3-5-2’.

“O que se passa do outro lado diz-me pouco, no sentido de não poder controlar. Posso é perceber aquilo que o Benfica tem feito recentemente em vários contextos, com diferentes abordagens a nível estrutural, de forma a estarmos preparados para responder à altura”, sinalizou Vítor Bruno, que continua com Iván Marcano e Marko Grujic no boletim clínico.

Questionado pelas recentes convocatórias dos defesas centrais Tiago Djaló (Portugal) e Nehuén Pérez (Argentina) e do avançado Samu (Espanha) para as respetivas seleções principais, o técnico mostrou-se satisfeito pela “valorização de um plantel novo e a crescer em maturidade”.

O FC Porto, segundo classificado, com 27 pontos, três abaixo do campeão nacional e líder invicto Sporting, visita o Benfica, terceiro, com 22 (menos um jogo), no domingo, às 20:45, no Estádio da Luz, em Lisboa, no encerramento da 11.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.