O técnico, que está sem clube desde fevereiro, depois de ter deixado os franceses do Marselha, afirmou que “no passado e agora já existiram conversas para treinar algumas seleções”, à margem da Web Summit, onde falou sobre a mentalidade do treinador de elite.

“Gostava muito de fazer um Mundial antes de terminar carreira, que estabeleci para 15 anos, levo 12 anos, com alguns interregnos. Sou um homem sem fronteiras geográficas, estou aberto a tudo o que me possa proporcionar a experiência do que é treinar um jogador quando este defende o seu país, e não um jogador que está vinculado contratualmente a um clube”, disse.

André Villas-Boas descartou a possibilidade de orientar em breve a seleção nacional: “Portugal está bem entregue, nos últimos cinco ou seis anos temos tido os melhores resultados de sempre, não há razão para mudar, todos temos confiança no Fernando Santos”.

Adepto e sócio do FC Porto, equipa que já treinou e ao serviço da qual venceu na mesma época a Liga, a Taça de Portugal, a Supertaça e a Liga Europa, Villas-Boas assinalou que a hipótese de se candidatar à presidência do clube está, para já, adiada.

“Já fui claro sobre as ambições e o amor que tenho pelo FC Porto, são coisas para levar com calma, decidir bem. Sou adepto do FC Porto, mas do FC do Jorge Nuno Pinto da Costa, ele tem 39 anos de presidência, eu tenho 44 de idade. Todo o amor que me une ao FC Porto foi-me dado pelo presidente. Cada coisa no seu ‘timing’”, afirmou.

O treinador, que orientou o FC Porto na temporada 2010/11 mostrou-se “confiante” nas escolhas do atual técnico dos ‘dragões’, Sérgio Conceição, que descreveu com alguém que prepara a equipa “com agressividade e ambição”.

“Felizmente, o FC Porto encontra-se na liderança, mas ainda é cedo para pensar no título, há que continuar a ser competitivo, mas não há dúvida de que o Sérgio trabalha sempre ao máximo a performance dos seus atletas, para obter o rendimento máximo. Espero que termine esta época com o título de campeão nacional nas mãos”, disse.

Villas-Boas classificou de “escandaloso” o que passou recentemente no Benfica, com a detenção do então presidente Luís Filipe Vieira, sem, no entanto, especificar o que queria dizer com o termo: “Basta ver o estado da política atual e o estado e caos e corrupção que está ligado à política e ao desporto”.

O técnico, que já passou por Inglaterra, Rússia, China e França, considerou que os “adeptos benfiquistas estão altamente expectantes, porque a anterior liderança deu uma serie de resultados desportivos importantes ao clube”.

André Villas-Boas falou também sobre a relação com José Mourinho, com quem protagonizou uma zanga pública quando ambos trabalharam juntos na equipa técnica do Inter de Milão.

“Já nos cruzamos em Inglaterra, eu no Tottenham e ele no Chelsea, e cumprimentámo-nos. Há uma história que nos une, mas não mantemos contacto porque também há coisas que nos separam”, afirmou.

Na Web Summit, Villas-Boas defendeu a importância da motivação nos jogadores de futebol, e a necessidade de as equipas técnicas lhes fornecerem ferramentas para lidarem com a pressão, e assumiu a vontade de continuar ligado à modalidade, tanto como treinador, como em outras funções de gestão.

“O futebol é a minha profissão e o meu futuro, estou muito interessado na gestão. O desporto automóvel é a minha paixão”, afirmou o técnico, que já participou no Rali Dakar e no Rali de Portugal.

A Web Summit decorre até quinta-feira em Lisboa, em modo presencial, depois de a última edição ter sido ‘online’ e a organização espera cerca de 40 mil participantes, segundo revelou, em setembro, Paddy Cosgrave, presidente executivo da cimeira.

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