Banga, de 63 anos, liderou o grupo de serviços financeiros Mastercard e mais recentemente foi vice-presidente do fundo General Atlantic.
"Ajay tem todas as qualidades para dirigir o Banco Mundial neste período crítico da nossa história. Passou mais de três décadas a construir e dirigir empresas mundiais", declarou o presidente norte-americano, Joe Biden, citado em comunicado a 23 de fevereiro.
"Tem uma perspetiva única sobre as oportunidades e desafios que enfrentam os países em desenvolvimento e sobre como o Banco Mundial pode levar a cabo a sua agenda para reduzir a pobreza e expandir a prosperidade", disse ainda Biden.
O atual presidente do BM, David Malpass, proposto pelo ex-Presidente norte-americano Donald Trump (2017-2021), comunicou na semana passada que tenciona deixar o cargo no próximo dia 30 de junho para "seguir novos desafios".
A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, já tinha indicado que os Estados Unidos apresentariam um candidato que ajude a instituição a enfrentar os "desafios do século XXI", incluindo as alterações climáticas e a saúde pública.
Malpass tinha sido criticado algumas vezes por não dar prioridade às questões climáticas.
Na quarta-feira, o BM especificou as condições para a nomeação do seu novo líder, escolha que acontecerá no início de maio.
A procura pelo sucessor de Malpass, que abandona o cargo a 30 de junho, vai prolongar-se até 29 de março.
Uma lista restrita de até três candidatos será então publicada “antes das entrevistas formais (…) conduzidas pelos diretores executivos, enquanto se aguarda a seleção do novo presidente no início de maio”, de acordo com o BM
O BM disse “encorajar fortemente as candidaturas de mulheres” e, apesar do peso que a sugestão norte-americana acaba por ter no processo, o Financial Times adianta que entre as hipóteses está Mafalda Duarte, a portuguesa que atualmente chefia o fundo de investimento climático do Banco Mundial.
"Duarte está bem posicionada para enfrentar um dos desafios mais importantes do Banco Mundial: como intensificar os seus esforços para mitigar a ameaça do aquecimento global. O trabalho Duarte envolveu o fornecimento de financiamento a países em desenvolvimento, que são o foco do Banco Mundial. Esta trabalhou em instituições de crédito multilaterais, incluindo o próprio Banco Mundial", descreve o jornal.
O Financial Times avança ainda com os nomes de Samantha Power, ex-embaixadora dos EUA nas Nações Unidas e agora líder da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional; Gayle Smith, ex-administradora da Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional; Raj Shah, presidente da Fundação Rockefeller e Ngozi Okonjo-Iweala, economista e especialista em desenvolvimento internacional, diretora-geral na Organização Mundial do Comércio.
Os candidatos ao cargo devem ter “experiência comprovada de liderança”, “experiência na gestão de grandes organizações” e “um forte empenho na cooperação multilateral”.
Historicamente, o Banco Mundial é liderado por um norte-americano e um europeu lidera o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Esta repartição de responsabilidades é, no entanto, contestada por vários países, em particular China, Índia, Brasil e Rússia, que querem um papel de maior destaque em instituições internacionais.
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