Este “ataque” ao aeroporto está evidenciado pelo recente corte de ligações do Porto para a Europa e pela redução de voos intercontinentais, sustentam as moções da autoria do PS e do BE, aprovadas por maioria pelos deputados, na segunda-feira à noite.
A moção socialista salientou que as opções comerciais da companhia não podem obedecer a decisões de natureza meramente económica, ignorando o interesse geral, já a do Bloco frisou que o aeroporto está perante a maior ameaça de sempre à sua consolidação como infraestrutura aeroportuária de referência no noroeste peninsular.
O deputado do PS, Gustavo Pimenta, referiu que a maioria do capital da TAP é controlado pelo Estado, tendo obrigações de serviço público cujo cumprimento está “claramente” posto em risco, em especial no Porto.
O aeroporto do Porto ultrapassou os nove milhões de passageiros e tem vindo a ser distinguido como um dos melhores da Europa, lembrou.
“Agravando esta situação foi agora noticiado que as viagens de longo curso com escala em Lisboa operadas pela TAP ficam mais baratas se iniciadas a partir de Vigo [Espanha] de que do Porto, desviando a procura galega do aeroporto Francisco Sá Carneiro e induzindo-a em sentido contrário”, afirmou.
Eleito pelo BE, o deputado José Castro frisou que a privatização da ANA, conjugada com a da TAP, estão a condenar o aeroporto do Porto a ser uma espécie de apeadeiro, um angariador de passageiros a caminho de Lisboa.
“As notícias recentemente vindas a público sobre a política de preços da TAP, que faz com que os voos de longo curso a partir do Porto sejam mais caros do que a partir de Vigo, são mais uma confirmação do plano em marcha para enfraquecer a dimensão intercontinental do aeroporto”, realçou.
Esta estratégia vai fazer com que o aeroporto tenha mais voos domésticos e de âmbito regional, com cada vez maior utilização de companhias de baixo custo.
Em defesa do aeroporto, o social-democrata Francisco Carrapatoso sugeriu a constituição de um movimento que una todo o norte do país, já o deputado Luís Artur, da mesma bancada, afirmou que “isto cheira a escândalo e é um insulto ao Porto e ao Norte”.
Do PCP, Belmiro Magalhães entendeu que todas as iniciativas que sirvam para valorizar o aeroporto e que apelam à necessidade de intervenção do governo são positivas.
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