A EDP “torna público que foi totalmente subscrito o aumento de capital social” de 3.656.537.715 euros para 3.965.681.012 euros, “compreendendo a emissão de 309.143.297 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1,00 euro cada, ao preço de subscrição unitário de 3,30 euros com um ágio [juro] de 2,30 euros por nova ação”, pode ler-se no comunicado enviado pela EDP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No mesmo documento, a elétrica portuguesa assinala que “no exercício de direitos de subscrição foram objeto de subscrição proporcional 289.872.956 novas ações, representativas de cerca de 93,8% do total de novas ações a emitir”.

“Os pedidos suplementares de ações sujeitos a rateio [divisão proporcional] totalizaram 501.535.122 ações, excedendo cerca de 26 vezes a quantidade disponível para o efeito”, adianta a EDP, completando que “deste modo, a procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 256% do montante da oferta”.

“O aumento de capital foi assim totalmente subscrito correspondendo a um encaixe financeiro de 1.020.172.800,10 euros”, pode ler-se no comunicado enviado pela EDP à CMVM.

A empresa liderada interinamente por Miguel Stilwell de Andrade adianta ainda que “o processo de rateio entre todos os subscritores que manifestaram interesse em subscrever um número de ações superior àquele a que teriam proporcionalmente direito deu lugar a sucessivas iterações, atribuindo-se ações no respeito da proporção do valor das respetivas subscrições, com arredondamento por defeito”.

“A liquidação financeira das novas ações subscritas no exercício dos direitos de subscrição ocorre na presente data e a liquidação financeira das Novas Ações atribuídas em rateio deverá ocorrer em 11 de agosto de 2020″.

Vários administradores da EDP e os dois maiores acionistas da elétrica acompanharam com mais de 294 milhões de euros o aumento de capital para a compra da espanhola Viesgo, de acordo com comunicados enviados ao mercado.

Segundo os vários comunicados enviados à CMVM ao longo da última semana, o maior contributo para o aumento de capital veio da China Three Gorges, que comprou mais de 66 milhões de ações num total de cerca de 220,3 milhões de euros.

O segundo maior acionista, a Oppidum Capital (detém 7,19% do capital), a seguir à estatal chinesa China Three Gorges (que detém 21,47%), investiu quase 74 milhões de euros.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, a Oppidum investiu 73,8 milhões de euros para acompanhar o aumento de capital, aos que se juntaram 4.775,10 euros da mulher do dono da Oppidum e 138,60 euros de cada um dos três herdeiros.

No que diz respeito aos administradores da EDP, o que mais investiu no aumento de capital foi o presidente executivo interino, Miguel Stilwell de Andrade, que substituiu António Mexia, suspenso de funções devido a ordem judicial.

Miguel Stilwell de Andrade avançou com 39.283,20 euros para o aumento de capital, ao passo que António Mexia investiu 25.535,40 euros, aos quais se juntam 607,20 euros da sua mãe, Maria da Graça Mexia.

Também o administrador António Martins da Costa avançou no aumento de capital, com um total de 15.232,80 euros, e o administrador Rui Lopes Martins investiu 8.457,90 euros, acompanhado pela sua mulher, Lina Dantas Martins, com 1.633,50 euros.

Já a administradora Maria Isabel Pereira investiu um total de 20.001,30 euros.

No passado dia 15 de julho, a EDP anunciou um aumento de capital em mais de mil milhões de euros para financiar a compra da espanhola Viesgo, segundo comunicação à CMVM.

“A transação da Viesgo será parcialmente financiada através de uma oferta pública de subscrição de 1.020 milhões de euros, um aumento de capital social com subscrição totalmente garantida até um máximo de 309.143.297 novas ações da EDP, representativas de um total de aproximadamente 8,45% do capital social da EDP, com subscrição reservada a acionistas no exercício dos seus direitos de preferência e outros investidores que adquiram direitos de subscrição”, de acordo com informação remetida então ao mercado.

O Banco Comercial Português (BCP), a J.P. Morgan Securities plc, o Morgan Stanley & Co. International plc, o BNP Paribas, o BofA Securities Europe SA e o Goldman Sachs International, por seu turno, comprometeram-se a procurar subscritores ou a “subscreverem em seu nome qualquer nova ação não subscrita no âmbito da emissão de ações”.