Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Banco Montepio explica que com a operação perdeu o controlo da subsidiária, mantendo uma participação equivalente a 29,22% do capital social do Finibanco Angola (FNBA).
“O Grupo Banco Montepio concluiu a venda de 51% do capital social e dos direitos de voto que detinha no Finibanco Angola (FNBA) ao Access Bank, pelo valor de 15.790.115 milhares de kwanzas, com o contravalor de 17,2 milhões de euros”, informa.
Em outubro, o Banco Montepio anunciou que vendeu a participação que detinha no Finibanco Angola (FNBA) ao nigeriano Access Bank, mas não esclareceu qual a participação que detinha.
O banco realçou hoje que “a desconsolidação desta participada representa mais um importante passo na execução dos compromissos assumidos no Programa de Ajustamento implementado na Instituição, nomeadamente no que diz respeito à simplificação da estrutura societária do Grupo e enfoque no mercado doméstico”.
A desconsolidação traduz-se num impacto global negativo estimado de 105 milhões de euros nos resultados consolidados, face aos valores divulgados em 31 de março, mas sem alteração dos capitais próprios.
Segundo o Montepio, a venda da participação no Finibanco Angola tem um efeito estimado positivo nos rácios de capital que ascende a 16 p.b., em linha com a comunicação divulgada em 04 de outubro de 2022.
A instituição financeira explica que “mantém agora uma participação equivalente a 29,22% do capital social do FNBA, cujo processo de venda está em fase de finalização, dependendo da aprovação das entidades de supervisão e regulação, sendo expectável que seja concluído no decurso do segundo semestre de 2023”.
Em 2010, o Montepio comprou o Finibanco e ficou também com uma participação maioritária no Finibanco Angola. Em 2015, foi feito um acordo para vender cerca de 30,57% do banco angolano a “parceiros locais”, tendo-se confirmado depois que foi ao empresário angolano Mário Palhares.
Segundo uma notícia de junho do ano passado do jornal ‘online’ Eco, foi decidido então que os compradores pagariam depois, embora ficassem imediatamente com os direitos de voto e ao dividendo, mas a mutualista só recebeu parte do dinheiro, o que criou divergências na posição detida pelo Banco Montepio no Finibanco Angola.
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