Nas atas da reunião de fevereiro, após a qual a presidente do BCE, Christine Lagarde, deixou a porta aberta a uma subida das taxas de juro ainda este ano, o BCE refere que o Conselho de Governadores considerou que era crucial conduzir a política monetária de forma “gradual e flexível”.

“Além disso, os riscos geopolíticos mais elevados foram considerados como um aviso para levar a cabo uma normalização da política monetária muito prudente”, segundo as atas divulgadas hoje.

O economista-chefe da entidade, Philip Lane, disse na quarta-feira, numa conferência em Berlim, que o “BCE está pronto para tomar qualquer medida que seja necessária para cumprir as suas responsabilidades de assegurar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na zona euro”.

Lane explicou que o calendário das projeções macroeconómicas do BCE de março foi revisto para considerar as implicações da invasão russa da Ucrânia.

A revisão do calendário pode significar que os dados da inflação de fevereiro serão englobados nas projeções que serão avaliadas na reunião de política monetária da próxima semana.

A inflação na zona euro subiu para 5,8% em fevereiro, sete décimas a mais em relação aos dados do mês anterior.

Nas atas da reunião de fevereiro, o BCE disse que o Conselho reconheceu que a causa da elevada inflação não era a política monetária e que o aumento de preços não pode ser travado sem causar uma forte queda na procura interna num momento em que a economia da zona euro recupera da pandemia.

O BCE também indicou que a inflação pode ser mais elevada do que o previsto nos próximos meses se houver um aumento dos preços da energia em caso de intensificação da tensão geopolítica, o que veio a acontecer com a invasão russa da Ucrânia.