O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou na quinta-feira que o Brasil deverá enfrentar "problemas de abastecimento" no próximo ano devido à falta de fertilizantes provenientes da China.
"Eu vou avisar um ano antes: por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem", declarou Bolsonaro, numa cerimónia no Palácio do Planalto, em Brasília.
De acordo com o chefe de Estado, a Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo está a concluir um plano de emergência para a produção de fertilizantes.
Nos últimos meses, a China tem interrompido o fornecimento de energia elétrica para alguns locais, o que levou à interrupção da produção de alguns produtos, como fertilizantes.
A inflação crescente no Brasil é um dos principais focos de atuação do Governo de Bolsonaro nas últimas semanas, uma vez que afeta diretamente o poder de compra dos brasileiros e, consequentemente, é visto como um fator que afeta diretamente a popularidade do chefe de Estado
Mais tarde, ao longo da sua habitual transmissão em direto nas redes sociais, Bolsonaro comparou a inflação sentida no Brasil com a de outros países.
Auxiliado por páginas de jornais estrangeiros, o chefe de Estado referiu crises económicas em outros países, entre eles Portugal.
"'Portugal vive a 5.ª pior crise em 150 anos'", disse Bolsonaro, segurando uma página do jornal Expresso, publicada em fevereiro deste ano.
"Tem uma menina de Juíz de Fora (cidade de Minas Gerais), que está em Portugal, que tem mandado uns vídeos para mim (...) em supermercados, em postos de gasolina, mostrando como está a situação critica lá em Portugal também", acrescentou ainda o chefe de Estado brasileiro, frisando que "essa crise é no mundo todo, não é só no Brasil".
O Banco Central brasileiro previu que a inflação em 2021 chegará a 8,3% no país, superior aos 5,8% projetados em junho e bem acima da meta que foi imposta pelo Governo para este ano, que é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais em ambos os sentidos.
Impulsionada pelo aumento do preço dos combustíveis, a inflação no Brasil atingiu 0,87%, em agosto, o maior nível para o mês desde 2000, segundo o Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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