Em conferência de imprensa em Lisboa, na apresentação dos resultados do primeiro semestre (lucros de 134,5 milhões de euros), o presidente do BPI, Pablo Forero, anunciou a venda de 200 milhões de euros de crédito de empresas com garantia, referindo que, de momento, o banco recebeu “sete ou oito” ofertas.

Contudo, acrescentou, as ofertas de compromisso firme apenas serão em setembro, sendo então decidida a venda.

No primeiro semestre, o BPI não fez qualquer venda de carteira de crédito.

No final de junho, o banco tinha 3,3% de rácio de crédito malparado (NPE – non performing exposures, que é sobretudo crédito), abaixo dos 3,5% de final de 2018, correspondente a 991 milhões de euros.

Isto significa que, nesta operação, o BPI está a vender cerca de 20% do crédito malparado que detém.

Ainda em respostas aos jornalistas, o gestor indicou que o banco já recebeu todas as autorizações para a abertura da sucursal CaixaBank Consumer Finance e que irá começar a operar nos primeiros dias de agosto a operação dedicada a crédito ao consumo.

O gestor falou ainda do fim do seu mandato, que acaba este ano, referindo que é um tema que ainda não foi abordado, mas disse não esperar mudanças.

“Não prevejo mudanças porque as coisas estão a correr bem, mas é uma decisão do Conselho” de Administração, afirmou.

O BPI é, desde inícios de 2017, controlado pelo grupo espanhol CaixaBank.

O lucro do BPI caiu 63% no primeiro semestre para 134,5 milhões de euros, anunciou hoje o banco, justificando a queda dos resultados com os impactos positivos extraordinários registados no primeiro semestre de 2018 e que não se repetiram em 2019.

Em comunicado, a instituição sinalizou que a queda no lucro dos primeiros seis meses é explicada pelos impactos positivos extraordinários de 118 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2018, essencialmente ganhos com a venda de participações, mas também pela alteração da classificação contabilística do Banco Fomento de Angola (BFA) no final de 2018.

O contributo do BFA para o lucro consolidado no primeiro semestre 2019 ascendeu a 38,1 milhões de euros, “refletindo os dividendos líquidos relativos ao exercício de 2018, atribuídos ao BPI”.

Na operação em Portugal, o lucro líquido recorrente da atividade registada foi de 86,9 milhões de euros no período, uma redução homóloga de 17%, o que inclui imparidades de 11 milhões de euros em fundos de recuperação e a redução em cinco milhões de euros do lucro em operações financeiras e outros proveitos.

Sobre os fundos de recuperação, em causa estão fundos criados na altura da crise que têm com ativos do banco (sobretudo crédito) e em que o BPI é acionista, tendo referido Pablo Forero que, do investimento inicial de 100 milhões de euros já tinham sido constituídos cerca de 50 milhões de euros de imparidades (perdas potenciais) a que agora se acrescentam mais 11 milhões de euros.

o gestor considerou que este é o momento para os fundos venderem os ativos tendo em conta a favorável situação macroeconómica.

“Achamos que é um bom momento para fazer boas vendas dos ativos que têm. É difícil imaginar circunstâncias mais favoráveis do que agora há”, disse, exemplificando com as taxas cobradas nas emissões de dívida pública portuguesa.

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