No boletim de setembro, publicado hoje, os economistas do Bundesbank veem sinais crescentes de que a economia alemã entrará em recessão, o que consideram ser “um declínio acentuado, grande e duradouro da produção económica”.
Por conseguinte, esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) real da Alemanha desça um pouco no terceiro trimestre e acentuadamente no semestre de inverno, que corresponde ao quarto trimestre de 2022 e ao primeiro trimestre de 2023.
A razão, acrescentam os economistas do Bundesbank, é sobretudo “a tensa situação do fornecimento de energia devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia”.
“A elevada inflação e incerteza em relação ao fornecimento de energia e os seus custos prejudicam não só a indústria intensiva em gás e eletricidade e as suas exportações e investimentos, mas também o consumo privado e os serviços que dele dependem”, acrescentam os economistas do Bundesbank.
Preveem também a continuação das tensões de fornecimento de gás nos próximos meses.
Até agora, a Alemanha tem sido capaz de evitar o racionamento de gás graças a maiores fornecimentos de outros países e aos avanços na poupança e armazenamento de energia.
Mas é necessária uma redução significativamente maior do consumo de gás, especialmente pelas famílias, advertem os economistas do Bundesbank.
Ao mesmo tempo, preveem uma inflação de dois dígitos, ou seja, 10% ou mais nos próximos meses na Alemanha.
Por enquanto, o país conteve o aumento dos preços no consumidor, que foi de 8,8% em agosto, com os transportes públicos e subsídios de combustível, que já não se aplicam a partir de 01 de setembro.
A inflação irá, portanto, aumentar ainda mais nos próximos meses porque outras medidas de apoio anunciadas pelo Governo alemão terão um efeito nos preços ao consumidor no início do próximo ano.
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