O INE publicou hoje um destaque em que recorre ao modelo Leontief para simular os efeitos de choques na procura final sobre a economia nacional, utilizando dados de 2013.
Esta abordagem permite, por exemplo, “avaliar em que medida a variação de uma unidade monetária numa dada componente da procura final (o choque) se manifesta na variação dos ‘inputs’ intermédios e primários (o efeito)”.
Por outras palavras, este modelo permite quantificar o impacto que um euro adicional numa determinada componente do Produto Interno Bruto (PIB) teria sobre a riqueza total da economia, “tendo em conta as inter-relações internas dos vários ramos da economia”.
A instituição estatística concluiu que, em 2013, o consumo privado é a componente do PIB cujo aumento teria provocado uma maior subida na riqueza nacional, seguindo-se o investimento e as exportações.
Por exemplo, por cada euro adicional na despesa de consumo final das famílias (consumo privado), o PIB aumenta 74 cêntimos, ao passo que as importações aumentam 26 cêntimos.
Na formação bruta de capital fixo, uma subida de um euro conduz a um aumento de 67 cêntimos no PIB e de 33 cêntimos nas importações, enquanto um euro adicional nas exportações gera um aumento do PIB de 55 cêntimos e um “maior impacto nas importações”, com uma subida de 45 cêntimos.
No entanto, INE salvaguarda que “estes efeitos seriam naturalmente diferentes se, em lugar do crescimento uniforme das componentes de cada agregado da procura final, se assumissem variações diversas”.
O INE dá mesmo um exemplo e conclui que se o aumento adicional de um euro nas exportações ocorresse exclusivamente nos serviços de alojamento e restauração, o PIB e as importações aumentariam, respetivamente, em 86 e 14 cêntimos.
Mas, se este mesmo aumento se verificasse apenas nas exportações de produtos refinados do petróleo, o acréscimo no PIB seria apenas de 6 cêntimos e nas importações o aumento seria de 94 cêntimos.
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