Na Folha Trimestral de Conjuntura divulgada hoje, o NECEP estima que no primeiro trimestre deste ano o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 0,5% face ao trimestre anterior e 2,1% face ao primeiro trimestre de 2017.
Caso se confirmem estas previsões, o crescimento económico terá abrandado face ao quarto trimestre de 2017, depois de ter apresentado um crescimento de 0,7% em cadeia e de 2,4% em termos homólogos.
"Este crescimento trimestral do produto reflete uma situação de manutenção, em traços gerais, das condições económicas observadas no final do ano passado", afirma o NECEP, acrescentando que "as exportações deverão manter uma dinâmica positiva, se bem que mais fraca face ao quarto trimestre, compensando o comportamento hesitante do investimento que se observa desde meados do ano passado, num trimestre em que este último pode ter sido penalizado por fatores pontuais (março muito chuvoso").
Já o consumo privado "deverá manter uma trajetória de recuperação moderada", ainda que, para os analistas do NECEP, "paira alguma incerteza adicional em torno da evolução recente destes agregados da despesa, quer por via do bom momento que se vive no setor da construção (o que pode favorecer o investimento), quer por alguns sinais (como as vendas de veículos ligeiros de passageiros) que suportam uma dinâmica mais intensa do consumo privado".
No conjunto do ano, os economistas da Católica mantém a estimativa de que o PIB cresça 2,4% - acima da atual estimativa do Governo, que é de 2,2%, e do Banco de Portugal, que é de 2,3%.
"Esta projeção tem por base um primeiro trimestre normal no contexto atual, o bom arranque de ano na zona euro e, ainda, a natureza ligeiramente expansionista da política orçamental inscrita no Orçamento do Estado 2018 (OE2018) que pode favorecer o crescimento no curto prazo", justificam.
Ainda assim, o intervalo de previsão do NECEP "permanece alargado", incluindo o nível de crescimento de 2,7% - semelhante ao observado em 2017.
O NECEP também mantém as previsões anteriores para 2019 (2,2%) e para 2020 (2%), o que revela uma "aproximação a um crescimento de médio prazo condicionado por diversos fatores estruturais, designadamente, a escassez de capital e o elevado endividamento público e privado".
Os analistas estimam que a taxa de desemprego permaneça na casa dos 7% até 2020, um valor que "transparece a lentidão do processo de normalização da economia portuguesa".
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