“Para o CDS-PP, é fundamental que o Governo assuma as suas responsabilidades e não se esconda atrás da Santa Casa. Hoje mesmo, apresentaremos uma questão ao Governo pedindo que assuma se se reconhece ou não nesta avaliação que está subjacente a uma decisão que para nós continua a ser incompreensível”, afirmou o deputado do CDS-PP Filipe Anacoreta Correia, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Depois, explicou, se o Governo não conseguir “demonstrar a racionalidade social ou financeira” da decisão, o CDS entende que há condições para que a operação possa ser “impedida, vetada” pela Assembleia da República.

“Nós apresentaremos uma proposta, uma iniciativa legislativa, para que os partidos possam impedir que dinheiro da Santa Casa possa ser destinado para um investimento que ainda não compreendemos qual o interesse subjacente, nem para a Misericórdia nem para as pessoas que são por ela apoiadas”, assegurou o democrata-cristão.

Em entrevista hoje à TSF e ao Diário de Notícias, o provedor da instituição, Edmundo Martinho, confirmou que a SCML vai entrar no capital da Caixa Económica do Montepio Geral.

O provedor da SCML adiantou que o negócio será fechado nas próximas semanas e “entrará numa dimensão que está em linha com o que a própria associação mutualista decidiu na semana passada de autorizar a direção da mutualista a alienar até 2% do seu capital”.

De acordo com a TSF, a Santa Casa não vai entrar sozinha naqueles 2%, avançando com outras misericórdias e Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS) para alcançar o investimento necessário, sendo que o valor a entregar pela SCML pode chegar no máximo aos 30 milhões de euros, ou seja 4% do ativo da instituição.

Ainda assim, o deputado do CDS-PP considerou que foi a intervenção do partido que impediu uma decisão “pior ainda”.

“Estamos a falar de 30 milhões quando se chegou a falar de 200 milhões. Aqui está um caso em que a intervenção do CDS fez a diferença”, salientou.

Um pouco antes, o PSD tinha anunciado que vai entregar hoje no parlamento um projeto de resolução que pede ao Governo que proíba a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital de Montepio Geral, reiterando a sua posição contra esta operação.

Os projetos de resolução não têm força de lei, funcionando apenas como recomendações ao Governo.