A informação foi avançada pelo jornal local Diário de Coimbra e confirmada à agência Lusa pelo administrador de insolvência da editora criada em 1920, Manuel Bacalhau.
“A empresa, até ao final do mês, vai mesmo encerrar e cessar a atividade”, afirmou, referindo que os quatro funcionários que a editora ainda tinha irão para o desemprego.
Segundo Manuel Bacalhau, já foram tentadas “todo o tipo de diligências de venda” da marca Coimbra Editora.
A última tentativa foi um leilão eletrónico, que durou dois meses e que terminou há duas semanas, não tendo surgido qualquer interesse no negócio que tinha como valor de licitação mínima da marca cerca de 600 mil euros, referiu.
O administrador já recebeu ofertas, “mas de valores muito reduzidos que nem foram sequer equacionados”, acrescentou.
“Esta é uma marca que, mesmo passando pela insolvência, continua ativa e viva”, salientou, destacando a importância da editora nos livros da área jurídica.
Após a atividade da empresa cessar, a liquidação vai continuar a correr, explicou Manuel Bacalhau, referindo que vai continuar a tentar vender a marca, mostrando-se pouco confiante de que o processo termine até ao fim do ano.
Para além da marca, o administrador vai também tentar assegurar a liquidação em lotes de bens móveis da empresa, como viaturas, mobiliário ou equipamento administrativo.
Já quanto ao ‘stock’ de livros, Manuel Bacalhau esclareceu que será promovida uma liquidação total, com descontos de 50% nos milhares de livros que se mantêm na posse da Coimbra Editora.
Questionado pela agência Lusa, Vítor Silva, representante dos trabalhadores na comissão de credores da editora, afirmou desconhecer o resultado do leilão, criticando a morosidade do processo.
“A marca tinha autores de referência e o processo de insolvência demorou muito tempo. As insolvências deveriam ser mais rápidas para não se perder valor como se perdeu aqui”, afirmou, recordando que a marca chegou a ser avaliada, no início do processo, em cerca de dois milhões de euros.
O plano de insolvência da Coimbra Editora, apresentado em 2016, referia que a empresa tinha um passivo de 4,5 milhões de euros, sendo os bancos os seus maiores credores, cujas dívidas representavam 2,6 milhões de euros, seguindo-se fornecedores (769 mil euros), o Estado (516 mil euros) e os trabalhadores, com valor idêntico.
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