“Quero começar por felicitar o Mário pela sua eleição. Trabalhámos muito de perto nos últimos dois anos, tivemos muitas reuniões, em Lisboa, no Luxemburgo e em Bruxelas, e tivemos discussões construtivas e produtivas”, começou por dizer Klaus Regling, acrescentando saber também que o ministro português “é um economista apaixonado” e estar certo de que “isso se vai ver nos próximos anos”.

Comentando que “hoje Portugal é uma das histórias de sucesso entre os antigos países sob programa e Mário Centeno desempenhou um papel importante”, Regling, que falava na conferência de imprensa no final do Eurogrupo que elegeu o ministro das Finanças português como futuro presidente, recordou que tal acarreta ainda mais trabalho, pois Centeno “vai ser eleito presidente do Conselho de Governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade”.

“Estamos a iniciar o procedimento escrito, pois o processo deve ser formalizado e legalizado, para haver um voto entre os governadores do MEE, que são os ministros do Eurogrupo, pelo que não tenho dúvidas sobre qual será o resultado”, afirmou.

Os participantes no capital do MEE, o fundo de resgate permanente da zona euro, são os Estados-Membros da área do euro, dispondo a instituição de um Conselho de Governadores, constituído pelos ministros responsáveis pelas finanças dos Estados-Membros da área do euro, que são também membros do Eurogrupo.

O Conselho de Governadores é presidido pelo presidente do Eurogrupo, dispondo ainda o MEE de um conselho de administração e de um diretor executivo.
As decisões mais importantes, designadamente as relativas à concessão de assistência financeira aos Estados-Membros, são tomadas de comum acordo pelo Conselho de Governadores do MEE.

O ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi hoje eleito presidente do Eurogrupo, ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas.
De acordo com fontes europeias, Centeno foi o mais votado na primeira volta (oito votos), após a qual saíram da “corrida” a letã Dana Reizniece-Ozola e o eslovaco Peter Kazimir, tendo o ministro português derrotado o candidato luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta, desconhecendo-se ainda com quantos votos (Dijsselbloem escusou-se a revelar pormenores da eleição).

Centeno torna-se, assim, o terceiro presidente da história do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker e do holandês Jeroen Dijsselbloem, assumindo funções em janeiro próximo.