“Nós não estamos a exigir 850 euros em janeiro de 2021, estamos a exigir que se caminhe rapidamente para esses 850 euros”, disse a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, em declarações aos jornalistas no final da ação de luta que a intersindical organizou hoje em Lisboa em defesa de aumentos salariais.
A CGTP tem colocado a reivindicação de um aumento geral dos salários em 90 euros e um aumento do SMN para os 850 euros no “curto prazo”, tendo hoje reconhecido que esse curto prazo pode não ser janeiro de 2021.
“Para 2021 temos uma proposta que é de aumento salarial para todos os trabalhadores com referência nos 90 euros. Consideramos que o aumento do salário mínimo tem que ser significativo”, disse Isabel Camarinha, recusando que as empresas não possam fazer esse esforço e que mesmo as que estão em maiores dificuldades devido à pandemia de covid-19 podem ser apoiadas para ultrapassar essas dificuldades, sem que isso impeça um aumento salarial.
Isabel Camarinha recusou ainda que o aumento do SMN em 2021 possa ser inferior ao que aconteceu este ano, de 35 euros.
“O primeiro-ministro e o Governo já foram dizendo que querem atingir o valor de 750 euros no fim da legislatura, o que para nós é muito insuficiente, e que em 2021 poderá não haver condições para um aumento igual ao que houve em 2020. A CGTP considera que isto é muito insuficiente. Se são 90 euros ou se são menos, nós estamos disponíveis para negociar, como estamos disponíveis para negociar com as associações patronais, com as empresas, os aumentos salariais dos trabalhadores dos vários setores”, disse a líder sindical.
Já durante a sua intervenção que encerrou a ação de luta de hoje, Isabel Camarinha tinha considerado “inaceitável” que não se queira “aumentar de forma substantiva o SMN” e disse que a CGTP iria continuar a lutar por um “aumento substancial”.
Num discurso marcado por críticas aos patrões que aproveitaram a pandemia para cortar ou limitar direitos dos trabalhadores, Isabel Camarinha defendeu também que o próximo Orçamento do Estado deve “assumir ruturas” no tratamento dado aos funcionários públicos, “sem perspetivas de carreiras” e que são “cada vez menos para as necessidades”.
A secretária-geral da CGTP defendeu também “uma rutura com o fraco investimento público”, muito dependente de verbas comunitárias.
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