
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas.
“Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”, afirmou o porta-voz.
Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição.
“Exortamos os EUA a abandonar as suas táticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível”, concluiu.
O executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos.
O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido ativamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas.
Trump disse que 90% das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil.
Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China.
Na sua primeira presidência (2017-2021), Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares (346 mil milhões de euros) anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas.
Washington anunciou esta semana a duplicação para 20% das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10% e 15% sobre as importações agrícolas dos EUA.
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