A informação foi prestada no sábado pelo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, após a visita realizada pelo Presidente angolano, João Lourenço, à empreitada, que globalmente, incluindo os novos acessos, já ultrapassa os 5.500 milhões de euros.
O novo aeroporto está em construção no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros da capital, e o início da operação chegou a ser anunciada para o primeiro semestre de 2017.
Contudo, conforme dados avançados durante esta visita à infraestrutura, a obra está concluída em apenas 57,5 por cento e apenas no final de 2019 deverá ter condições entrar para entrar em funcionamento.
O ministro Augusto Tomás adiantou que problemas de ordem financeira, técnica e operacional condicionaram o decurso da empreitada e obrigaram mesmo à substituição do empreiteiro, com garantia de financiamento para a execução dos trabalhos.
Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo, condicionando a execução de várias obras públicas.
Só a edificação propriamente dita do aeroporto está a cargo da empresa China International Fund Limited (CIF), contratada pelo Governo angolano por 3.800 milhões de dólares (3.270 milhões de euros).
No equipamento da infraestrutura, o Estado angolano vai gastar mais 1.400 milhões de dólares (1.200 milhões de euros), tendo contratado para o efeito a empresa China National Aero-Technology International Engineering Corporation.
Em 2015 foi escolhido o consórcio da China Hyway Group Limited para construir o acesso ferroviário ao aeroporto.
Nesta empreitada, a construção e fornecimento de equipamentos para as cinco novas estações do Caminho de Ferro de Luanda (CFL) representa um investimento público de 255 milhões de dólares (220 milhões de euros).
Somam-se a construção do respetivo ramal ferroviário desde a atual Estação de Baia do CFL ao novo aeroporto internacional de Luanda (num total de 15 quilómetros), por 162,4 milhões de dólares (140 milhões de euros).
Já o programa de obras e intervenções nos acessos viários ao novo aeroporto está avaliado em 692,7 milhões de dólares (596 milhões de euros), envolvendo igualmente empresas chinesas.
O novo aeroporto é descrito como um “projeto estruturante fundamental para a concretização da estratégia do Governo angolano, no que concerne ao posicionamento do país no domínio do transporte aéreo na região da África austral”.
Duas das pistas foram concluídas em 2015, assim como a torre de controlo, decorrendo a construção dos terminais, que segundo o Governo angolano deverão receber 15 milhões de passageiros por ano.
O projeto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.
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