Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (GNE), os ganhos entre janeiro e março fixaram-se nos 781.450 milhões de yuan (102.340 milhões de euros).

A queda nos lucros da indústria na China agravou-se, depois de ter recuado 6,3%, em dezembro passado, antes do início do surto, e 3,3%, no conjunto de 2019, face ao ano anterior, face a uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).

Entre os 41 setores abrangidos pelas estatísticas do país, 39 registaram uma redução nos lucros no primeiro trimestre do ano.

Entre os setores mais afetados destacaram-se a indústria do petróleo, carvão e outros combustíveis (uma queda de 187%), automóvel (-80,2%), maquinaria (-84,3%), indústria química (-56,5%) e têxtil (-38,8%).

Os lucros das empresas da indústria do tabaco e de alimentos processados aumentaram 28,5% e 11,2%, respetivamente.

O estatístico do GNE, Zhang Weihua, disse que a retomada da produção está a acelerar e que os lucros corporativo revelam algumas “mudanças positivas”. Em 28 de março, entre os 41 setores analisados, todos registaram melhorias face aos dois primeiros meses do ano.

“Os lucros das empresas do setor eletrónico e de alimentos passaram de negativos para positivos, enquanto em outros setores, como o químico, os lucros caíram menos do que nos meses de janeiro e fevereiro”, disse.

Zhang ressaltou que “a procura não recuperou totalmente” e que “os preços dos produtos industriais caíram”.

O Gabinete justificou a queda nos lucros com as restritas medidas de prevenção adotadas para travar a propagação do novo coronavírus, que paralisou o país, sobretudo no mês de fevereiro, sendo que em março houve uma retoma gradual da atividade económica.

As medidas de prevenção adotadas pelas autoridades chinesas incluíram restrições à movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, contraiu 6,8%, em termos homólogos, no primeiro trimestre do ano, após ter praticamente paralisado durante quase dois meses.