"Em março, abril, eu estava com medo, mas agora estou satisfeito com os resultados. O Porto Santo não está ótimo, mas está bem", disse o autarca, em declarações à agência Lusa.

O mercado regional mantém o registo habitual para a época, ainda que a empresa Porto Santo Line, responsável pelas ligações marítimas entre a Madeira e o Porto Santo, tenha assinalado uma quebra de 6,3% no transporte de passageiros em julho, que passou de 44.050 no mesmo mês do ano passado para 41.200.

"Os madeirenses responderam bem ao nosso apelo e estão a ajudar muito a economia local", disse Idalino Vasconcelos, vincando que, pelo contrário, o mercado nacional não está a corresponder às expectativas e menos ainda o mercado internacional, situação que penaliza os grandes hotéis da ilha.

No início da semana, um operador alemão cancelou o voo semanal que estava agendado para ocorrer entre setembro e outubro, tal como já tinha acontecido com um operador inglês (que anulou três voos), um dinamarquês (dois voos) e um italiano (um voo).

Por outro lado, a TAP realiza este verão apenas três voos semanais para o Porto Santo, quando no ano passado operava cerca de 10.

"Estamos confiantes que, no próximo ano, estas operações serão retomadas”, afirmou Idalino Vasconcelos, reforçando: "A nossa única alternativa, neste momento, é o turismo e temos de fazer tudo por tudo para mantermos a qualidade do destino."

O autarca social-democrata reconhece, porém, que tudo depende da evolução da pandemia, mas o Porto Santo parte de uma "posição confortável", sem qualquer caso de covid-19 ativo, depois de ter registado apenas quatro durante o período de confinamento.

"Um dos principais objetivos para este verão foi manter o Porto Santo livre de covid-19, de maneira a torná-lo um destino limpo e atrativo", observou, salientando que a "grande maioria das pessoas" cumpre as regras de segurança.

Por outro lado, os residentes no arquipélago podem viajar entre ilhas, por via marítima ou aérea, sem a obrigatoriedade de realizar o teste ao novo coronavírus.

Pelo contrário, as pessoas oriundas do exterior devem apresentar um teste feito até 72 horas antes do início da viagem ou, então, efetuá-lo à chegada.

A medida visa estimular o turismo regional no Porto Santo, um destino tradicional de férias para os madeirenses, que, segundo dados da autarquia, possuem cerca de 40% das moradias da ilha.

"O verão está a ser bom para o comércio, para os bares, os restaurantes, as padarias, os supermercados", disse Idalino Vasconcelos, referindo que, por outro lado, as agências de viagens, as discotecas e os hotéis assinalam quebras significativas.

A diretora do Hotel Pestana Porto Santo, Ângela Quintal, confirmou a indicação do autarca , revelando que a taxa de ocupação em julho foi de 20%, sendo que as previsões apontam agora para 60% em agosto e 40% em setembro.

"Isto, em relação ao ano passado, é muito baixo", disse à agência Lusa, notando que o panorama é semelhante aos grandes hotéis da ilha.

"Este hotel, em julho e agosto, tinha uma média de 750 a 800 clientes, crianças incluídas. Neste momento, temos 200 clientes. É uma grande diferença. No ano passado, no mês de agosto, tivemos uma taxa de ocupação de 98%", ilustrou.

O Grupo Pestana abriu apenas uma das três unidades que dispõe no Porto Santo e "ajustou" o produto e o preço, mostrando-se agora satisfeito com o resultado.

"É obvio que eu gostava de ter mais clientes, mas dentro do contexto que vivemos, não estamos assim tão mal. O Porto Santo não está assim tão mal", concluiu.

A ilha do Porto Santo tem cerca de 5.000 habitantes e o principal setor de atividade é o turismo, dispondo de cerca de dez hotéis e 70 alojamentos locais registados.

O ponto de maior atratividade é a extensa praia.

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