“O SITAVA tem intervindo junto das entidades competentes, onde somos ouvidos, no sentido de terminar a aplicação do ‘lay-off’, no fim deste mês de maio, e tem apelado às empresas e ao próprio Governo para que seja retomada a situação salarial normal, ainda que a retoma de atividade aconteça de forma progressiva”, informou o sindicato, em comunicado.

De acordo com aquela estrutura, a “pesadíssima” perda de rendimentos dos trabalhadores da TAP está a provocar “situações de grande instabilidade no universo de trabalhadores do grupo, algumas delas até dramáticas e que carecem de rápida intervenção”.

Assim, o SITAVA diz que é tempo de dividir “os sacrifícios por todos” e, depois de os trabalhadores já terem dado o seu contributo durante dois meses de ‘lay-off’, devem agora ser as empresas do grupo TAP, em conjunto com o Governo, a “assumir a sua responsabilidade” e garantir os salários completos aos trabalhadores.

O sindicato aproveita ainda a ocasião, para questionar o modelo de administração adotado para o grupo TAP.

“É um facto que os anos que se viveram desde 2016 trouxeram-nos uma dinâmica e uma autoestima como há muito não se via nestas empresas. Mas será que esse inebriante crescimento, essa aparente pujança empresarial era sustentável ou antes assentava num projeto de alto risco e com objetivos muito direcionados? Os resultados negativos dos exercícios de 2018 e 2019 parecem indiciar isso mesmo”, considera na mesma nota.

“As falsas promessas que nos fizeram e a idílica ideia de empresas cada vez maiores e sempre a crescer, pode ter sido um logro”, acrescenta o SITAVA, antecipando tempos difíceis para a companhia aérea.

O secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, disse hoje que o Governo espera ter uma decisão sobre a injeção de dinheiro na TAP, companhia aérea que quase parou devido à covid-19, em meados de junho, esperando que haja uma melhor "fundamentação técnica" do pedido de auxílio da companhia aérea ao Estado até ao final de maio.

O secretário de Estado do Tesouro referiu que "o pedido de auxílio tem de partir da administração da TAP", referindo que o executivo já recebeu um pedido inicial que versava sobre "várias matérias", uma das quais a "garantia [pública] a um empréstimo que a TAP pretende obter", no valor de 350 milhões de euros.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu na terça-feira que uma injeção repartida entre o acionista privado e o Estado seria "a forma mais tranquila de conversar" sobre uma capitalização da TAP, empresa impactada pela pandemia de covid-19.

O primeiro-ministro, António Costa, assegurou na semana passada que só haverá apoio à TAP com "mais controlo e uma relação de poderes adequada", mas assegurou que a transportadora aérea continuará a "voar com as cores de Portugal".

Atualmente, devido à pandemia de covid-19, a TAP tem a sua operação suspensa quase na totalidade e recorreu ao 'lay-off' simplificado dos trabalhadores.

Desde 2016 que o Estado (através da Parpública) detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo de António Costa com o consórcio Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora.

Os restantes 5% da empresa estão nas mãos dos trabalhadores.

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