De acordo com a nova edição do barómetro da consultora Nielsen, na semana de 13 a 19 de abril, as vendas de produtos FMCG (do inglês ‘Fast-Moving Consumer Goods' ou bens de grande consumo) rondaram os 171 milhões de euros, menos 1% face ao período homólogo, influenciado por a comparação estar a ser feita com a semana da Páscoa de 2019, que no ano passado foi mais tarde.
Já face à semana anterior, os valores de vendas caíram 7%, o que a consultora diz que é a tendência normal na semana a seguir à data festiva da Páscoa.
No entanto, esta semana pós-Páscoa, o número de compras ‘online’ cresceu 289% e o número médio de lares a comprar através de canais ‘online’ aumentou 244%, o que significa o crescimento mais alto desde que se iniciou o barómetro da Nielsen (24 de fevereiro a 01 de março).
Os produtos para animais e de higiene pessoal e lar destacaram-se na semana de 13 a 19 de abril, face ao período homólogo de 2019, ao crescer 18% e 14%, respetivamente.
Em sentido contrário, desceram 3% os produtos alimentares e 13% as bebidas, justificado pelo facto de a comparação estar a ser feita com a semana da Páscoa de 2019 que, como é normal, teve maior consumo de alimentação e bebidas.
O efeito de a comparação estar a ser feita com a semana da Páscoa do ano passado é ainda mais evidente na categoria de confeitaria e doçaria, com uma queda de 51%.
Já as bebidas quentes subiram 59%, as conservas 25%, os congelados 17%, os produtos básicos 13% e a charcutaria também 13%.
“Após um período em que os portugueses procuraram manter a normalidade das suas vidas e do seu consumo numa época especial como é a da Páscoa, voltam agora a uma normalidade condicionada, à qual já estão habituados: a normalidade da quarentena. Passada a Páscoa, voltam a destacar-se no contexto da alimentação as categorias típicas da vida em quarentena, nomeadamente as bebidas quentes, conservas, congelados e produtos básicos”, disse Marta Teotónio Pereira, da consultora Nielsen, citada no comunicado de imprensa.
A consultora destaca ainda a venda de frutas e legumes, que cresceu 10% na semana de 13 a 19 de abril, em termos homólogos, que relaciona com o facto de os consumidores continuarem a confecionar as refeições em casa.
As frutas cresceram 3%, com a laranja a subir 119%, o limão 65%, o kiwi 63% e tangerinas/clementinas a subirem 46%, considerando a Nielsen que “o crescimento de frutas ricas em Vitamina C comprova que a preocupação com a saúde se mantém”.
Já os legumes subiram 19%, com as courgettes a subirem 126% , as couves/afins 63%, o alho seco 35%, o alho francês 31%, a abóbora 28% e os cogumelos 26%.
O barómetro indica ainda que se mantém a tendência de os consumidores valorizarem o comércio de proximidade, face ao que preferiam no período antes da covid-19. Contudo, os hipermercados continuam a ser o canal de compras preferido dos consumidores.
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