O requerimento do Chega para ouvir Mário Centeno sobre os resultados operacionais do regulador bancário foi aprovado com a abstenção do Livre e os votos favoráveis de todos os demais partidos, na reunião da comissão parlamentar.
Em causa estão notícias veiculadas na comunicação social sobre os resultados operacionais do Banco de Portugal, nomeadamente a informação publicada pelo Jornal de Negócios, em 11 de abril, de que a instituição registou um resultado operacional, antes de impostos, negativo em 1.054 milhões de euros, e um resultado líquido nulo em 2023.
O Chega pretende, nesta sequência, questionar Mário Centeno sobre que “medidas tomou para amenizar os potenciais prejuízos já previstos, e tendo em conta os relatórios de outros bancos centrais europeus e mundiais” e “que medidas já deveriam ter sido tomadas ou o que pensa vir a implementar” neste sentido.
O regulador bancário apenas apresentará oficialmente as contas em 16 de maio, mas o ministro das Finanças assumiu-se "surpreendido" com a notícia, apesar de o governador do Banco de Portugal vir a assinalar há algum tempo que o banco central – tal como os restantes bancos centrais na Europa – deixaria de ter resultados positivos, devido ao aperto da política monetária.
Num outro requerimento, entregue pelo Chega em novembro do ano passado e entretanto chumbado, o partido pedia para ouvir Mário Centeno, após o então primeiro-ministro demissionário António Costa ter revelado que propôs ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o nome do governador do Banco de Portugal para o substituir no cargo. O Comité de Ética do Banco Central Europeu (BCE) concluiu que o governador do Banco de Portugal não agiu de forma que comprometesse a sua independência no caso do convite feito por António Costa para o substituir.
Mário Centeno enalteceu, no final de abril, que a Europa está a enfrentar “um grande sacrifício no combate à inflação”, fazendo um esforço maior que noutras jurisdições para atingir a meta dos 2%.
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