“[Desconvocámos a greve] por termos recibo imensos pedidos da diáspora, emigrantes, dos próprios residentes dos Açores, invocando que esta situação iria trazer graves prejuízos à sociedade, não só à SATA, mas à sociedade, e, perante todos estes apelos, já que a SATA não tem bom senso, nós decidimos em assembleia geral tê-lo”, afirmou à agência Lusa o diretor do SNPVAC, Bruno Fialho.
O SNPVAC tinha emitido um pré-aviso de greve, a começar na quarta-feira e terminar no sábado da próxima semana.
A concretizar-se, esta seria a terceira paralisação este ano dos tripulantes de cabine da companhia. A primeira ocorreu a 01 e 02 de maio, a última a 01 e 02 de junho.
Após uma assembleia geral de quatro horas, Bruno Fialho adiantou que “foi decidido expor a atuação que a administração” da SATA está a ter, obrigando os tripulantes de cabine “a tomar medidas mais duras na greve”.
“No entanto, como o que a administração quer é, com esta greve de quatro dias em agosto, esconder a má gestão e os prejuízos que têm atingido a SATA, os tripulantes de cabine, que não querem nem prejudicar os Açores, nem os açorianos, decidiram desconvocar para este mês a greve”, referiu o sindicalista, salientando não se tratar de um recuo e avisando que a luta vai continuar “mais à frente”.
Segundo Bruno Fialho, os tripulantes de cabine, “em setembro, em outubro, numa época que outra vez não seja tão danosa para os interesses da região”, vão prosseguir a luta, reiterando: “Não queremos fazer lutas, assim nos estão a obrigar. Com que intuito? Fica a pergunta no ar”.
“Iremos realizar novas formas de luta, nomeadamente outra greve, se calhar em setembro, se a administração continuar com esta posição irredutível”, declarou, para acrescentar que ao sindicato parece é que “precisavam desta greve de quatro dias para esconder os erros de gestão que estão a ser cometidos”.
O diretor frisou que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil vai “continuar a exigir o cumprimento da lei, do acordo de empresa e dos protocolos assinados, com recurso a todas as formas de luta possíveis”.
“O que estava aqui em causa era a falta de bom senso da SATA. Obrigar-nos a uma paralisação que traria graves prejuízos à região autónoma, mas que para a SATA não parece importar”, acrescentou, referindo que, no passado, a direção do sindicato esteve mandatada para convocar uma greve de quatro dias, a administração da companhia sabia e “foi sempre intransigente”.
(Notícia atualizada às 16h50)
Comentários