"Certamente que não", respondeu Jeroen Dijsselbloem aos jornalistas, quando questionado sobre se tem a intenção de se demitir depois das polémicas declarações ao jornal alemão Frankfurter Algemeine Zeitung, na qual afirmou referindo-se aos países do Sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”.
Jeroen Dijsselbloem tem sido fortemente criticado por aquela afirmação, nomeadamente pelo Governo português, que tem defendido o seu afastamento do cargo de presidente do Eurogrupo.
“Só sei de duas coisas: Ainda sou ministro das Finanças da Holanda e presidente do Eurogrupo e que o meu mandato no Eurogrupo acaba em janeiro”, afirmou Dijsselbloem aos jornalistas à entrada do Eurogrupo, que decorre esta manhã em Malta.
Embora admita que possa existir alguma 'lacuna' depois das eleições legislativas holandesas, Dijsselbloem considerou que "não há urgência" em discutir esse assunto no Eurogrupo de hoje.
Além das declarações sobre os países do sul, Jeroen Dijsselbloem continua sob críticas depois de não se ter disponibilizado a participar, esta semana, num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre o programa de assistência à Grécia.
No entanto, o presidente do Eurogrupo disse que irá ao Parlamento Europeu falar sobre a Grécia em 27 de abril.
À entrada do Eurogrupo, o ministro das Finanças de Espanha, Luís de Guindos, reiterou que as declarações são "desadequadas, em termos de conteúdo e forma", e que está à espera "de uma explicação".
Esta semana, o primeiro-ministro português, António Costa, insistiu que Jeroen Dijsselbloem não tem condições para continuar à frente do Eurogrupo e defendeu que Luis de Guindos tem "boas condições" para substituir o ministro holandês.
Confrontado com estas questões, Luis de Guindos disse "respeitar muitíssimo" as posições do primeiro-ministro português mas negou ser candidato.
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