Segundo o banco central, em março o valor total de títulos de dívida emitidos por entidades residentes era de 284.300 milhões de euros, mais 4.500 milhões de euros do que no final do mês anterior.
Para esta variação, o BdP diz ter contribuído o facto de as emissões de títulos de dívida das administrações públicas terem superado as amortizações em 1.800 milhões de euros e de as emissões de títulos de dívida do setor financeiro terem superado as amortizações em 1.200 milhões de euros. Já os títulos de dívida pública registaram valorizações de 800 milhões de euros.
Os dados do BdP apontam ainda que, no final de março, o valor total de títulos de dívida emitidos pelo setor financeiro era de 74.900 milhões de euros, dos quais 57.600 milhões de euros foram emitidos por bancos.
“Os bancos registaram emissões de títulos de dívida superiores às amortizações em 2.200 milhões de euros desde o início do ano, das quais 1.400 milhões de euros em março”, detalha.
Segundo o banco central, no primeiro trimestre, os bancos emitiram 10 novos títulos de dívida de longo prazo, no total de 4.000 milhões de euros, sendo que cinco destes títulos, no montante global de 2.100 milhões de euros, eram obrigações cobertas, definidas no Regime Jurídico de Obrigações Cobertas (RJOC) como “obrigações emitidas por uma instituição de crédito garantida por ativos de cobertura sobre os quais os titulares gozam de um privilégio creditório especial”.
No final de março, estavam previstas para os 12 meses seguintes amortizações de 33.500 milhões de euros, o que corresponde a 11,8% dos 284.300 milhões de euros de títulos de dívida vivos naquela data.
Entre as amortizações calendarizadas, destacam-se as relativas a títulos do setor financeiro, entre outubro e dezembro de 2024, de 6.800 milhões de euros; títulos das empresas não financeiras, em abril de 2024, de 4.400 milhões de euros; e títulos das administrações públicas, em outubro de 2024, de 2.900 milhões de euros.
Nas empresas não financeiras, as amortizações previstas correspondiam sobretudo a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo que o BdP diz ser “muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo”.
“É, por isso, uma situação normal registar-se, sistematicamente, um valor elevado de amortizações calendarizadas para o mês seguinte”, nota.
Em março de 2024, o ‘stock’ de ações cotadas emitidas por entidades residentes atingiu 61.000 milhões de euros, menos 800 milhões do que no final do mês anterior, tendo contribuído para esta variação “essencialmente as desvalorizações das ações cotadas de empresas não financeiras”.
“Nos três primeiros meses do ano, estas ações desvalorizaram-se 4.100 milhões de euros”, detalha o BdP, acrescentando que, “em março, esta desvalorização foi de 1.500 milhões de euros”. Pelo contrário, as ações cotadas do setor financeiro valorizaram-se 700 milhões de euros em março.
Os dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal detalham ainda que, em fevereiro, o valor total de títulos de dívida ESG (‘Environmental, Social and Governance’) emitidos por entidades residentes atingiu os 11.000 milhões de euros, estando vivos 61 títulos de dívida desta categoria.
O BdP atualiza as estatísticas de emissões de títulos a 20 de maio.
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