Num ‘webinar’, no âmbito das “Flash Talks” do ISCTE, o atual membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP referiu que é preciso “atuar em termos estruturais nas instituições e política”, bem como na “criação de riqueza das empresas”, sem esquecer o “pilar social”.
O economista alertou que não é possível tratar de um pilar “esquecendo os outros”. “Se um fica para trás a dada altura a casa cai”, salientou.
“Na situação atual temos um problema que as pessoas ainda não interiorizaram”, assegurou Catroga, citando estudos que mostram que a produtividade por dia em Portugal até está acima na União Europeia, mas isso não se traduz num aumento do poder de compra.
“Esse desafio exige o tal ‘mix’ de políticas macroeconómicas, sociais e empresarias”, garantiu Eduardo Catroga.
Para Eduardo Catroga, “as crises normalmente geram oportunidades” e pediu que se desbloqueiem “gargalos” que criam obstáculos ao crescimento.
“Falta ainda o ajustamento estrutural, tem a ver com reformas na qualidade da despesa pública, justiça, sistema fiscal, modernização estrutural”, referiu Catroga.
Questionado sobre a tendência para a relocalização regional de certas indústrias, o economista declarou que “esta pandemia veio evidenciar uma dependência estratégica em certas produções, nomeadamente em equipamento médico”, admitindo que esta tendência “vai existir, mas não vai ter a dimensão que muita gente imagina”.
“Vai existir capacidade para atrair algumas indústrias, mas esse tipo de indústrias exige escala, vai haver uma concorrência para atrair segmentos de indústria farmacêutica, química, bens de equipamento”, adiantou.
“Podemos criar condições para atrair esses produtos e compete-nos, aproveitando os apoios comunitários, ter ofertas para localizar no nosso território mais tecido produtivo”, defendeu.
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