Os resultados do inquérito tiveram em conta a resposta de 658 empresas maioritariamente dos setores da indústria e energia, serviços e comércio, sendo 75% micro ou pequenas empresas.

Sobre a evolução de recursos humanos até final do ano, 21% das empresas responderam que preveem diminuir o número de trabalhadores, numa média de 27%, enquanto a maioria (69%) espera manter os postos de trabalho e 10% estimam aumentar o número de trabalhadores em 14% em média.

A CIP sublinha que a percentagem de empresas que pensa manter trabalhadores “é bem melhor do que a previsão de quebra de vendas, o que significará um esforço das empresas em manter postos de trabalho face à quebra de vendas”.

“As expectativas de vendas das empresas respondentes para os próximos quatro meses é claramente negativa face a 2019”, pode ler-se no documento elaborado em parceira com Marketing FutureCast Lab do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), no âmbito do projeto Sinais Vitais.

Segundo o estudo, 61% das empresas antecipam uma redução das vendas no último quadrimestre do ano, sendo a média da quebra esperada de 39%.

Por outro lado, 12% das empresas preveem aumentar as vendas, numa média de 22%, enquanto 27% antecipam a sua manutenção.

Outro dado “preocupante”, segundo a CIP, é a percentagem de empresas que pensam em diminuir o investimento em 2021, que atinge os 39%, sendo a média de redução prevista de 54%.

Por sua vez, 44% das empresas preveem manter o investimento em 2021 e 17% antecipam um aumento em média de 34%.

O barómetro compara ainda o estado das encomendas em carteira a 01 de setembro face ao mesmo mês do ano passado revelando que 44% das empresas a que se aplica este indicador (78% da amostra) registaram uma quebra que em média foi de 40%, enquanto 25% mantiveram e 9% aumentaram as suas encomendas em média 23%.

Maioria das empresas diz que apoios "estão aquém ou muito aquém" do necessário

A grande maioria das empresas (79%) continua a considerar que os apoios aprovados pelo Governo para combater a crise causada pela pandemia estão “aquém ou muito aquém” do que necessitam, revela um inquérito apresentado hoje pela CIP.

Os resultados do inquérito realizado em conjunto entre a CIP - Confederação Empresarial de Portugal e o Marketing FutureCast Lab do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), no âmbito do projeto Sinais Vitais, tiveram em conta a resposta de 658 empresas maioritariamente dos setores da indústria e energia, serviços e comércio, sendo 75% micro ou pequenas empresas.

O documento refere que 42% das empresas pediram até 04 de setembro financiamento bancário e 75% já recebeu o empréstimo, enquanto 44% não pediu nem pensa pedir dinheiro ao banco e 14% pensa vir a pedir.

Até ao início do mês, 44% das empresas responderam que já recorreram ao ‘lay-off’ simplificado, mas nessa altura só 12% dos respondentes se encontrava em ‘lay-off’ ou em regimes de apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade.

Destes 12%, a maioria (60%) estava abrangido pelo apoio extraordinário à retoma, 37% pelo ‘lay-off’ simplificado e apenas 3% pelo ‘lay-off’ tradicional (previsto no Código do Trabalho).

Apenas 17% de empresas recorreram, por sua vez, ao incentivo extraordinário à normalização da atividade empresarial, sendo que a maioria (64%) optou pela modalidade dos seis meses.

A opinião global é desfavorável à substituição do ‘lay-off’ simplificado pelo apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade, com 32% das empresas a manifestarem-se “sem opinião”.

O número de empresas em pleno funcionamento aumentou 20 pontos percentuais em dois meses para 84% em setembro e as parcialmente encerradas diminuíram para menos de metade (para 14%), enquanto 2% se mantiveram fechadas.

O barómetro mostra ainda que 19% das empresas viram o prazo de pagamento aumentar (em média, subiram 40 dias) em agosto face ao mês homólogo enquanto os prazos de recebimento caíram em 33% das empresas, com uma média de 40 dias, revelando que “a situação de tesouraria está a deteriorar-se”.

[Notícia atualizada às 19:35]