“Nós consideramos que estas vagas sucessivas de estados de emergência não podem ser entendidas como a solução, porque a vida provou que não resultam. Não é a nossa opinião, é a própria vida que está a provar que não resultam. E, nesse sentido, deveria haver uma reconsideração”, disse o líder comunista.

Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas após um encontro com um empresário da restauração, no Feijó, em Almada, em que defendeu a retoma da atividade do setor e criticou as medidas que têm sido adotadas pelo Governo.

“São medidas inaceitáveis, medidas mal desenhadas, medidas que, na prática, não têm nada a ver com o estado de emergência. O que era preciso, fundamentalmente, era, em primeiro lugar, a consideração das restrições. Basta ver esta casa, que tem que fechar às 13:00, o momento mais nobre, o momento mais participado por parte dos clientes”, disse.

“É evidente que as pessoas têm que vir ao meio-dia e meia (e não vêm), tendo em conta esse mesmo horário. E, simultaneamente, também, temos as medidas de apoio que são anunciadas, mas depois falta algo mais no concreto. Verifica-se, em relação aos apoios que foram declarados, que é sempre um bocado a repetição dos mesmos milhões [de euros], com as dificuldades de acesso, uma burocracia tremenda, preencher 90 páginas para verificar a situação e simultaneamente recorrer a esse apoio”, acrescentou.

Para o líder comunista, a política que tem sido seguida para o setor da restauração “vai levar, inevitavelmente, a que milhares de pequenos empresários, seja na restauração, seja nos bares, seja nas discotecas, não tenham alternativa senão a insolvência, senão a falência, com todo o drama que isso constitui para milhares e milhares de trabalhadores, que vão engrossar as filas do desemprego”.

“O Governo tem de atender às consequências que podem constituir para este setor da restauração, particularmente, mas também para outros setores, em que mais valia a pena investir agora, do que investir depois no fundo de desemprego”, concluiu o líder do PCP.