"Quando um português está num lugar relevante de decisão numa instituição europeia, numa instituição internacional, certamente, enquanto portuguesa, noto que é um aspeto positivo, aparentemente, para o país", começou por dizer a presidente do CDS-PP.
Instada a comentar o anúncio da candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo, confirmada esta manhã pelo Governo, Assunção Cristas salientou que "não entende" que "o ministro das Finanças em Portugal tenha desenvolvido, ou esteja a desenvolver um trabalho efetivamente relevante do ponto de vista da transparência, do ponto de vista da forma como atua, daquilo que diz aos portugueses".
Falando à margem de uma visita à Polícia Municipal de Lisboa enquanto vereadora do município, Assunção Cristas apontou críticas ao governante, considerando que "aprova orçamentos do Estado que são uma propaganda face aquilo que depois vem a ser executado", ou "lança mão das cativações de forma absolutamente inédita" no país.
"As críticas que o CDS faz à atuação do ministro Mário Centeno não se transformam pelo facto de, de repente, ele ser um candidato ao Eurogrupo", vincou, acrescentando que a opinião dos centristas "não muda por causa disto".
"Certamente continuaremos a fiscalizar e a exigir do Governo mais ação e, sobretudo, mais transparência na sua ação", destacou, observando que vê-se "um discurso da parte do Governo", que depois "não corresponde à realidade".
O Governo português apresentou hoje de manhã a candidatura do ministro das Finanças à presidência do Eurogrupo, informa uma nota do gabinete do primeiro-ministro, António Costa.
A eleição terá lugar na próxima reunião do Eurogrupo, agendada para segunda-feira, dia 04 de dezembro.
Mário Centeno, 50 anos, natural de Olhão, Algarve, é ministro das Finanças desde 26 de novembro de 2015.
A ministra letã das Finanças, Dana Reizniece-Ozola, também formalizou a candidatura a presidente do Eurogrupo, segundo fontes governamentais citadas na imprensa da Letónia.
Questionada sobre se esta é uma oportunidade para o primeiro-ministro António Costa nomear um novo responsável pelas Finanças, Assunção Cristas salientou que essa questão “nem sequer se coloca”, uma vez que “o que é habitual e normal é que o presidente do Eurogrupo seja o ministro das Finanças em exercício”.
“Se Mário Centeno irá passar a ser um melhor ministro das Finanças, pois não sei”, , mas “seria certamente” uma ironia do destino se Mário Centeno chegar à presidência do Eurogrupo, dadas as críticas que esta instituição teceu a Portugal, acrescentou.
[Notícia atualizada às 13:01]
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