João Matos Fernandes respondia a questões dos deputados, a pedido do PAN, sobre a opção pela linha circular do Metropolitano, cujo concurso para ligar as estações do Rato e Santos foi assinado esta semana, no valor de 48,6 milhões de euros.
"A Linha Vermelha é, de todas as linhas que constam do plano de expansão do Metro Lisboa, aquela tem estudos mais avançados. Repito: se a conseguirmos financiar, e eu não tenho qualquer indicação neste momento de que isso seja possível, farei tudo para que seja possível", afirmou, salientando, contudo, que isso só será possível caso venha a existir "um pacote financeiro da União Europeia para estimular a economia", no âmbito do combate à crise financeira causada pela covid-19.
Matos Fernandes referia-se à expansão da Linha Vermelha de São Sebastião a Alcântara-Alto de Santo Amaro, com passagem pelas Amoreiras, Campo de Ourique e Infante Santo.
"Estamos em condições de, em outubro ou novembro, poder lançar um concurso que, obviamente, tem de incluir ainda o estudo de impacto ambiental e avaliação de impacte ambiental, mas lançar um concurso-pacote mediante um estudo prévio no qual, quem vier a fazê-la, tenha de fazer o estudo de impacte ambiental, a avaliação de impacte ambiental e o projeto de execução", acrescentou.
O ministro destacou ainda que é importante existir nesta altura investimento público, para que depressa se possa sair da crise económica que também aflige e vai continuar a afligir o país.
"Nós pegámos no projeto que tínhamos mais avançado para depressa o continuarmos, de maneira a que - quando estiver estabilizada aquela que é a parcela de investimento público, nomeadamente que a União Europeia financiará em Portugal e a forma como o financiará, os investimentos na sustentabilidade, que são sempre investimentos de longo prazo - possa iniciar-se mais depressa possível", sublinhou.
"O meu grau de compromisso é este", acrescentou.
O ministro voltou a defender a linha circular como prioritária, por considerar fundamental “fechar este grande anel circular entre o Cais do Sodré e o Campo Grande”, por ser o “sítio onde há mais procura e mais contínua ao longo de todo o dia”, para depois “promover a expansão de modos de transporte coletivos radialmente para fora desta área central”.
Nesse sentido, afirmou que estão a ser feitas todas as avaliações por solicitação das autarquias “daquilo que devem ser os estudos de procura para as próximas linhas”.
Além da linha vermelha, num protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa e a Câmara de Oeiras, “está a ser feita a avaliação da extensão, sempre comparando com o metro ligeiro elétrico rápido (ou BRT), que vai de Alcântara, Alto de Santo Amaro, Ajuda, Miraflores, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada”.
“Estamos a falar de 10 quilómetros”, disse.
Matos Fernandes salientou ainda que o mesmo está a acontecer para o concelho de Loures a partir de Santa Apolónia para a Expo, Portela e Sacavém.
“Também em solicitação da Câmara Municipal de Loures [está a ser estudada] uma estação que liga Odivelas ao Hospital Beatriz Ângelo e a estação de Odivelas ao Infantado, passando por Santo António dos Cavaleiros, no formato de ‘U’, de cerca de 12 quilómetros. Todos estes trabalhos estão em curso”, realçou.
“Aquilo que estamos a fazer não é tomar decisões é fazer estudos rigorosos com metodologias que sejam comparáveis, para permitir à Área Metropolitana de Lisboa [como autoridade metropolitana de transportes] tomar as decisões que entender por bem tomar, obviamente sempre sujeitas ao nosso juízo crítico relativamente ao que deve ser a futura expansão do metro”, acrescentou.
Em relação a Lisboa, o ministro destacou ainda que há muitos outros investimentos a serem feitos no Metro.
Depois de “alguns atrasos, particularmente na estação de Arroios”, esta estação estará “pronta em meados do próximo ano”, a estação do Areeiro estará pronta já em julho deste ano, os novos acessos ao Colégio Militar vão “concluir-se este mesmo mês” e, em relação à estação dos Olivais, “os trabalhos estão até já concluídos”.
“Estamos a falar de aproximadamente 12 milhões e meio de euros”, sublinhou.
Além destes investimentos, o ministro salientou que pretende incluir uma segunda linha para Vila Nova de Gaia, a partir da cidade do Porto, "paralela às Devesas e paralela à linha que hoje vai para Santo Ovídio", para que "venham a ser feitas tão depressa quanto possível".
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