O novo quadro, anunciou a instituição durante os Encontros da Primavera, que decorrem até hoje, em Washington, implica a "avaliação regular" dos contornos e da gravidade da corrupção nos países.

O anúncio, minutos antes do último painel de discussão dos Encontros, sobre "Restaurar a Confiança Atacando a Corrupção", acrescenta que as medidas vão começar a ser implementadas a partir de 01 de julho.

"Sabemos que a corrupção afeta os países mais pobres e mina a confiança nas instituições", disse a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, salientando que "o foco [das novas regras] está na avaliação da governação de uma forma geral, e não apenas na corrupção".

As fraquezas da governação, continuou a diretora-geral, "abrem a porta à corrupção", o mesmo acontecendo com a complexidade das regras orçamentais e de governação.

"Quanto mais intrincadas são as regras da governação, mais mecanismos existem para as contornar", disse Lagarde, defendendo regras mais simples, mas mais eficazes.

A corrupção, de acordo com cálculos do FMI, leva 2% da riqueza global todos os anos e os subornos pagos anualmente valem entre 1,5 biliões e dois biliões, um valor próximo do PIB da França.

"Até agora, a nossa análise sobre a corrupção não era muito detalhada, mas isso vai mudar com este novo quadro", prometeu a líder do FMI.

O Fundo não tem poderes judiciais sobre a corrupção nos países membros, mas tem o poder de pressionar os seus membros através do condicionamento de programas financeiros, como aconteceu com a Ucrânia, em que a libertação de fundos ficou condicionada à implementação de reformas, ou em Moçambique, onde a implementação de um programa de assistência financeira está dependente de mais esclarecimentos sobre os beneficiários das dívidas ocultas.