O evento do Banco Central Europeu (BCE) ocorre numa altura em que a inflação continua a centrar a atenção dos decisores, depois de ter dominado o debate no ano passado.
No final da tarde de hoje, a presidente do BCE, Christine Lagarde, dará início aos trabalhos com um jantar de boas-vindas, durante o qual a vice-diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, fará uma intervenção.
As sessões de debate arrancam apenas na terça-feira de manhã, com um discurso de Christine Lagarde, que na semana passada, após a última reunião do Conselho de Governadores, anunciou uma subida das taxas de juro de 25 pontos base.
A taxa de juro das principais operações de refinanciamento subiu para 4%, a taxa de facilidade de depósito passou para 3,50% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez aumentou para 4,25%, com efeitos a partir de 21 de junho.
Christine Lagarde admitiu ainda ser muito provável uma nova subida das taxas de juro na próxima reunião da instituição de julho, enquanto o governador do Banco de Portugal (BdP) um dia depois disse esperar que após o verão possa haver maior previsibilidade sobre a trajetória das taxas de juro do BCE, já que terão sido recebidos novos dados sobre a inflação.
A opção do BCE distinguiu-se da decisão da Reserva Federal norte-americana (Fed), que na última reunião optou por manter o intervalo de taxa de juro de referência.
Contudo, o presidente da Fed, Jerome Powell, admitiu na semana passada novos aumentos das taxas de juro nos próximos meses, dependendo de dados económicos.
Já o Banco do Japão (BOJ, sigla em inglês) decidiu manter, em 16 de junho, intacta a estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultrabaixas, à espera de mais sinais positivos de crescimento económico e desaceleração da inflação.
Assim manteve as taxas de juro de referência negativas e o objetivo para os juros das obrigações do Estado a 10 anos em torno de 0%, tendo salientado que a economia japonesa tem crescido nos últimos trimestres, “apesar de ser afetada por fatores como os altos preços da energia no passado”, considerando que as condições financeiras “têm melhorado”.
Por seu lado, o Banco da Inglaterra (BoE, sigla em inglês) anunciou a 13.ª subida consecutiva das taxas na última quinta-feira, desta vez em 50 pontos base, de 4,5 para 5%, o nível mais alto desde 2008, depois da inflação no Reino Unido ter ficado acima do previsto pelos analistas (8,7% em maio).
O evento decorre até quarta-feira, dia em que os banqueiros centrais do BCE, Fed, BOJ e BoE se juntarão para discutir a política monetária.
Comentários