Um tribunal federal de Nova Iorque ordenou que ambas as empresas reembolsem 8,7 mil milhões de dólares aos ex-clientes, além de 4 mil milhões de dólares adicionais "para compensar as vítimas pelas perdas causadas pela fraude em massa orquestrada por Samuel Bankman-Fried ['SBF']", o fundador da plataforma.

Segundo a CFTC, a FTX e a Alameda fizeram "declarações falsas aos seus clientes e cometeram omissões".

A decisão encerrou um processo contra a FTX, mas os julgamentos iniciados contra os quatro ex-diretores da empresa, incluindo "SBF", continuarão.

Sam Bankman-Fried, cofundador e diretor executivo da FTX, foi condenado em 28 de março a 25 anos de prisão. O reembolso determinado pela justiça nessa altura época foi de 11 mil milhões de dólares, referente a um dos maiores esquemas de fraude financeira da história recente. Bankman-Fried recorreu da sentença.

Considerado um guru em decadência das criptomoedas, SBF foi declarado culpado por um júri em novembro dos sete crimes que lhe foram imputados durante um julgamento no final do qual o procurador de Nova Iorque, Damian Williams, pediu uma pena de 40 a 50 anos de reclusão.

"SBF" utilizou, sem consentimento, os ativos dos clientes da sua plataforma para realizar transações arriscadas através da sua empresa irmã Alameda, com o objetivo de comprar imóveis ou fazer doações políticas.

A FTX entrou em colapso em novembro de 2022 após uma retirada maciça de fundos. No momento da falência, faltavam cerca de 9 mil milhões de dólares.

Em maio, os liquidadores indicaram que esperavam que as somas recuperadas de uma "gama muito diversa de ativos" em posse da FTX e da Alameda espalhados do mundo atingissem entre 14,5 e 16,3 mil milhões de dólares.

Eles explicaram que, graças a esse dinheiro, todos os credores não governamentais seriam reembolsados integralmente pelas somas aportadas e que 98% dos credores com valores de até 50 mil dólares (R$ 280 mil) receberiam aproximadamente 118% — incluindo os juros — desse valor estabelecido pela justiça.