"Quando os instrumentos de cooperação se enfraquecem, com o conflito se tende a sobrepor aos interesses comuns, é preciso que alguém assuma a bandeira da cooperação, da coordenação", disse Carlos Costa, em Díli.
"É desejável que ao nível da nossa pequena comunidade, cuidemos de manter as pontes que já instalamos, mas sobretudo as reforcemos no sentido prático", sublinhou.
Isso, disse num encontro de bancos centrais dos países de língua portuguesa, ajudará a evitar que "os desenvolvimentos internacionais prejudiquem o funcionamento das economias, a sua integração internacional", frisou.
Carlos Costa falava na abertura do 28º Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que decorre hoje na capital timorense, Díli.
O encontro de Lisboa decorre pela primeira vez fora da capital portuguesa, aproveitando a presença na vizinha ilha indonésia de Bali dos responsáveis lusófonos que estiveram nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial.
Na sua intervenção Carlos Costa referiu-se à importância da ação externa das instituições financeiras e, em particular à necessidade de respeitar, cumprir e fazer cumprir as regras internacionais para o combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.
Nesse âmbito, recordou, os brancos centrais lusófonos adotaram já um conjunto de princípios de cooperação que são idênticos aos adotados como 'benchmark' pelo Banco Central Europeu (BCE).
Respeitar estes princípios é essencial, disse, para que os países não corram o risco de ficar isolados da comunidade internacional numa matéria tão essencial como o fluxo financeiro, especialmente como contrapartida ao comércio.
Aspetos como a segurança informação e dos sistemas de informação são algumas das questões que devem igualmente merecer atenção, disse.
Carlos Costa relembrou que o Banco de Portugal continua empenhado em colaborar com os seus congéneres lusófonos tendo este ano agendado mais de 130 ações de cooperação técnica com 28 técnicos do BP e mais de 400 de outros bancos centrais.
O encontro de Díli conta com a presença de governadores ou seus representantes de praticamente todos os bancos centrais lusófonos.
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