A informação foi revelada à Lusa, à margem de uma visita às cerca de 30 associações, empresas e parceiros portugueses do setor das frutas e legumes presentes na “Fruit Logistica”, a maior feira internacional do setor.

“Vamos apresentar em breve um conjunto de respostas imediatas daquilo que são medidas concretas para baixar custos, para ajudar a mitigar os efeitos da perda de rendimento e para garantir a produção, mas também para podermos acelerar as adaptações a estas alterações que têm de ser feitas do ponto de vista climático e digital”, sublinhou.

Maria do Céu Antunes não adiantou, no entanto, quais as medidas ou os valores em causa, revelando que este pacote será apresentado dentro de dias.

A ministra da Agricultura e Alimentação recordou que será concedido o “adiantamento” de 500 milhões de euros aos agricultores que estava inicialmente previsto para o fim do ano, considerando-o um apoio “fundamental”.

“É necessário ter respostas que ajudem os nossos agricultores a terem condições para produzir. O governo está atento e quer construir respostas que, por um lado, ajudam a minimizar as perdas de rendimentos, que garantam condições para que a produção possa continuar”, salientou.

Para a governante, garantir a segurança das cadeias de abastecimento alimentar é fundamental, mas uma “autonomia estratégica” neste âmbito deve ser pensada ao nível da União Europeia.

“Não temos condições em Portugal para ser autossuficientes pela nossa dimensão e pelas nossas condições edafoclimáticas. Temos de pensar que estamos num mercado comum, e é nesse mercado que temos de gerir as nossas reservas. Mas, por outro lado, temos de criar condições e medidas necessárias para baixar custos, seja ao nível dos combustíveis, seja ao nível da eletricidade”, reforçou.

De acordo com Maria do Céu Antunes, Portugal produz atualmente 18% dos cereais de que necessita. A governante admite que o executivo tem uma estratégia para subir esse valor para 38% que passa por apoiar os setores que não têm condições de competitividade por si só.

“Claro que queremos aumentar a capacidade de Portugal de produzir mais. Mas temos de olhar para a capacidade da União Europeia de ser autossuficiente e não ser dependente de mercados terceiros para conseguir, seja ao nível dos cereais, seja de outros produtos”, apontou.

Maria de Céu Antunes, que fez hoje a primeira visita oficial ao estrangeiro desde que foi reconduzida, deixou ainda um elogio à versatilidade e resiliência das empresas portuguesas do setor das frutas e legumes cujas exportações ultrapassaram pela primeira vez a barreira dos 1.700 milhões de euros, atingindo o valor mais alto de sempre.