Com a ‘luz verde’ do executivo londrino para a aquisição por parte do proprietário da empresa de energia EP Group, o histórico serviço postal britânico passará, pela primeira vez, a ser propriedade estrangeira.

Kretinsky afirmou ter chegado a um “compromisso juridicamente vinculativo” com o Governo para a aquisição da IDS, a fim de “salvaguardar o importante papel que o Royal Mail desempenha no Reino Unido”.

O EP Group revelou igualmente que foram alcançados acordos com os grupos sindicais Communication Workers’ Union (CWE) e United.

Kretinsky e a empresa-mãe IDS chegaram a um acordo em maio último, mas aguardavam desde então a autorização do executivo, que deve autorizar a aquisição dada a importância nacional da Royal Mail e do serviço postal no país.

Quando anunciou o seu projeto de compra, Kretinsky já se tinha comprometido a manter a marca e a sede e residência fiscal da Royal Mail no Reino Unido durante os próximos cinco anos, bem como a fazer uma série de promessas para proteger as obrigações de serviço da empresa.

O multimilionário checo também fez concessões para obter a aprovação do Governo, incluindo permitir que os trabalhadores recebam 10% de qualquer dividendo que lhe seja pago.

Nos termos do acordo, o executivo manterá uma chamada “golden share” no serviço postal, o que significa que terá de autorizar quaisquer alterações à propriedade da Royal Mail, à localização da sua sede e à sua residência fiscal.

Na sexta-feira passada, a Royal Mail foi multado em 10.500 milhões de libras (12.600 milhões de euros) pelo regulador Ofcom por não cumprir as metas de entrega postal para o ano financeiro de 2023-24. Foi a segunda multa que recebeu num período de dois anos, depois de uma primeira de 5.600 milhões de libras (6.700 milhões de euros) em novembro de 2023.

Em declarações à BBC, Melanie Dawes, diretora executiva da Ofcom, disse que “obviamente o Governo deu ‘luz verde’ ao acordo hoje, mas o foco da Ofcom é garantir que a Royal Mail cumpra (as suas obrigações) para com os seus clientes”.