De acordo com as estimativas do Gabinete de Estudos da APEMIP - Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, hoje divulgadas, no segundo trimestre de 2016, os brasileiros ultrapassaram os chineses no número total de imóveis adquiridos em Portugal e são já os terceiros que mais investem no imobiliário português.
Atualmente, os brasileiros apresentam uma representatividade na ordem dos 10%, um aumento de dois pontos percentuais face ao trimestre anterior.
Em primeiro lugar na lista de estrangeiros a investir em Portugal mantêm-se os franceses, com 25%, seguindo-se os ingleses, com 19%, e os brasileiros, com 10%.
Quanto ao investimento chinês, este caiu para o quinto lugar (de 13% no primeiro trimestre para 7% no segundo trimestre), sendo ultrapassado não só pelo investimento brasileiro, mas também pelo suíço.
O investimento suíço duplicou (de 4% para 8%), do primeiro para o segundo trimestre.
Segundo Luís Lima, presidente da APEMIP, “só no Consulado Geral de Portugal em São Paulo são atribuídas mensalmente cerca de 800 novas cidadanias a brasileiros, que assim adquirem a dupla nacionalidade, o que significa que o investimento brasileiro em Portugal deverá ser ainda maior do que o contabilizado nas estatísticas”.
Por norma, os brasileiros que procuram investir em Portugal são pessoas com mais de 50 anos, de classe alta, e investidores qualificados e multiplicadores, “uma vez que puxam sempre outros investidores para o país”, explicou.
No segundo trimestre de 2016, o investimento estrangeiro contabiliza um total de 23% das transações efetuadas, registando um aumento de 3% face ao trimestre anterior.
Lisboa, Porto e Algarve continuam a ser as regiões mais procuradas pelos investidores, sendo que o Algarve reúne as preferências dos ingleses, Lisboa e Porto as dos franceses e brasileiros.
A queda do investimento chinês é justificada por Luís Lima com os atrasos na concessão e na renovação dos 'vistos gold'.
Por outro lado, assiste-se também a um aumento do investimento de outros países de língua oficial portuguesa, como Angola e Moçambique, acrescentou o representante das imobiliárias.
O investimento dos angolanos passou de 1% para 3%, enquanto os moçambicanos passaram de 0% de investimento no primeiro trimestre para 2% no segundo.
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