"Creio que era importante lembrar que a União Europeia e as suas instituições andaram, permanentemente, a ameaçar, a chantagear, a ameaçar multar o nosso país, caso não cumprisse o défice, que eles definiam como três por cento. Pois, alcançou-se 2,1 por cento. E agora a chantagem, a ameaça, a sanção, já não é pelo défice, mas sim pela falta de procedimento da política macroeconómica," disse Jerónimo de Sousa.
"Bem podíamos dizer: ontem era o défice, hoje é a política macroeconómica, amanhã será a dívida, ou seja, todos os constrangimentos que eles colocam sobre o nosso país, servirá sempre de argumento para impedir o nosso crescimento e o nosso desenvolvimento", acrescentou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista, que falava na inauguração da exposição "Mais Direitos, mais Futuro - Não à Precariedade", no Fórum Romeu Correia, em Almada (Setúbal), deixou também um apelo ao governo para acabar com a precariedade dos vínculos laborais, que considerou ser um flagelo para as famílias e para o desenvolvimento do país.
"É preciso, é urgente e é possível acabar com este flagelo individual, este drama social, este obstáculo ao desenvolvimento do país", disse Jerónimo de Sousa, depois de visitar a exposição, uma adaptação de uma exposição idêntica que esteve patente na Festa do Avante, que está a percorrer todo o país.
Para o líder comunista, é evidente que a precariedade dos vínculos laborais não serve aos trabalhadores, mas aos "poucos que se alimentam da exploração, insegurança e instabilidade de muitos e aos que pagam aos trabalhadores não permanentes menos 30% a 40% do que aos trabalhadores com vínculo efetivo".
"Serve aos poucos que se alimentam da chantagem e do cutelo do desemprego como forma de pressão constante sobre os direitos" e "aos poucos que enriquecem à custa do empobrecimento de muitos, sabendo que quanto maior for a precariedade laboral maior é o risco de pobreza", frisou
"A precariedade dos vínculos é a precariedade dos salários, dos direitos, é a precariedade da vida profissional, pessoal e familiar", sustentou.
Jerónimo de Sousa concluiu que a precariedade laboral "é um flagelo e um drama social que o Estado tem a obrigação e a urgência de combater".
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