"O PCP regista o aumento do salário mínimo nacional que se tem vindo a verificar e que é indissociável da luta dos trabalhadores e da ação do PCP, mas entende que é necessário um aumento extraordinário do seu valor", sublinhou o líder comunista, falando em Sintra numa sessão pública dedicada ao trabalho e valorização dos salários.

Muitas razões, defendeu Jerónimo de Sousa, "justificam o aumento do salário mínimo" para os 600 euros, sendo que tal seria, antes de mais, um "sinal de valorização do trabalho e dos trabalhadores", elemento de luta contra a pobreza e fator "que contribui para o reforço do financiamento da Segurança Social".

"Não há nenhuma razão que justifique" que o aumento do salário mínimo em janeiro não chegue aos 600 euros, sublinhou o líder comunista.

A perspetiva do Governo é que em janeiro o salário mínimo aumente de 557 euros para 580 euros, sendo que até final da legislatura deverão ser atingidos os 600 euros - tal valor consta do entendimento de viabilização do executivo assinado com o Bloco de Esquerda.

O secretário-geral comunista considerou ainda que a "evolução da situação" económica em Portugal mostra que os avanços na matéria dos salários só são atingidos quando as opções do PS não são "convergentes com as de PSD e CDS" e não se submetem "aos interesses do grande capital e aos condicionamentos e chantagens" de Bruxelas.

"Nesta nova fase ficou provada quão falaciosa era a tese dos hipotéticos impactos negativos na economia e no emprego" do aumento do salário mínimo, alertou Jerónimo de Sousa.

[Notícia atualizada às 17:53]