João Lourenço falava na cerimónia de tomada de posse do novo conselho de administração do FSDEA, liderado por Carlos Alberto Lopes, antigo ministro das Finanças e até a esta semana secretário para os Assuntos Sociais do Presidente da República.
O chefe de Estado angolano disse que a equipa escolhida para liderar o FSDEA, antes liderado por aquele filho do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, é constituída por “quadros de reconhecida competência”, com passagem pelas finanças, banca e outros setores da economia angolana.
A escolha recaiu, sobretudo, segundo João Lourenço, por terem ganhado a fama de “serem pessoas austeras”.
“Não sei se direi boa ou má fama de serem pessoas austeras, serem pessoas, como se diz na gíria, de mãos fechadas, ou seja, que sabem cuidar bem dos recursos do Estado. E é por esta razão que apostamos nesses quadros, com relação aos quais temos a certeza que vão colocar o nosso Fundo Soberano a cumprir com o papel para o qual foi criado anos atrás”, disse.
O Ministério das Finanças angolano justificou a exoneração de José Filomeno dos Santos com a “falta de transparência” detetada na instituição.
A exoneração foi decidida, na quarta-feira, pelo chefe de Estado angolano, após uma “avaliação rigorosa”, feita com o apoio de uma consultora internacional “sobre a gestão, alocação dos ativos e estrutura de governação corporativa” da instituição, acrescentou o Ministério.
Numa informação disponibilizada quinta-feira à noite à Lusa, o Ministério das Finanças explicou que foi criado um comité de supervisão para garantir “uma gestão mais eficiente e transparente dos recursos estratégicos do Estado”.
O FSDEA gere ativos do Estado de 5.000 milhões de dólares e, segundo o Ministério liderado por Archer Mangueira, o diagnóstico realizado concluiu pela “falta de transparência nos processos de contratação dos gestores de ativos e prestadores de serviços” ao fundo, apontando ainda “um risco elevado resultante da exposição causada pelo volume de ativos que se encontram sob gestão de apenas uma entidade externa”.
É ainda apontado um “insuficiente reporte” e um “fraco controlo e supervisão às atividades” do FSDEA pelas entidades governamentais, “bem como a ausência de políticas, estratégias e planos de investimentos consistentes e transparentes”, apontando a “necessidade de revisão do modelo de governação corporativa”.
Comentários