Em conferência de imprensa, após uma reunião de política monetária do BCE, Lagarde considerou que “o começo das campanhas de vacinação na zona euro é uma etapa importante para a resolução da atual crise sanitária, mas a pandemia continua a criar riscos sérios para as economias da zona euro e mundial”.
O ressurgimento de casos de covid-19 e o prolongamento das medidas de restrição impostas em muitos países da zona euro “afetam a atividade económica”, segundo Lagarde.
Nesta reunião, o BCE decidiu manter as taxas de juro e o volume do programa de compras de dívida de emergência lançado devido à pandemia, que foi reforçado em dezembro e tem agora uma dotação de 1,85 biliões de dólares, para apoiar a economia da zona euro, numa altura em que os confinamentos são prolongados.
Lagarde acrescentou que “a produção provavelmente recuou no quarto trimestre” e que “a intensificação da pandemia apresenta riscos negativos para as perspetivas económicas a curto prazo”.
A inflação continua muito baixa devido a uma procura débil e a uma estagnação significativa no mercado laboral. Os últimos dados disponíveis confirmam que a pandemia vai ter um impacto “acentuado na economia a curto prazo” e vai debilitar a inflação de forma prolongada, indicou.
A intensificação das medidas de confinamento e o aumento de casos de covid-19 terão causado uma queda da atividade económica no quarto trimestre de 2020 e afetarão também a economia no primeiro trimestre deste ano, acrescentou Lagarde.
A presidente do BCE mostrou-se, no entanto, confiante quanto ao segundo semestre, considerando que os riscos para a economia a médio prazo são “menos pronunciados”.
Neste contexto de incerteza “um nível importante de estímulos monetários continua a ser essencial para preservar as condições de financiamento favoráveis”, disse para justificar a decisão do Conselho de Governadores de manter as medidas destinadas a atenuar a crise.
A presidente do BCE disse ainda que a instituição continua a seguir “muito atentamente” a evolução das taxas de câmbio, em particular a do euro, que registou uma forte valorização face ao dólar.
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