Desde o início do ano, a Polícia Judiciária detetou a movimentação de, pelo menos, 15 milhões de euros, através de empresas de fachada, com o objetivo de lavar dinheiro.

A quantia é o dobro da registada no ano passado e segundo fonte da PJ, citada pelo Jornal de Notícias, tal deve-se à "facilidade de criação de empresas proporcionada pelo sistema "Empresa na Hora", em funcionamento há 15 anos, e que permite, num único momento criar sociedades comerciais por quotas, unipessoais por quotas e anónimas.

A PJ sublinha que esta "vantagem competitiva de Portugal" está a ser "aproveitada" por associações criminosas da Europa do Leste ou da África subsariana para lavar o dinheiro obtido com burlas informáticas sobre residentes nos Estados Unidos, França e Itália.

O Ministério da Justiça, ao mesmo jornal, diz desconhecer “a relação causal entre o balcão "Empresa na Hora", que existe desde 2005 e não dispensa ato presencial, e o crime organizado".

Entre janeiro de 2018 e 22 de julho de 2020, foram abertos 252 inquéritos, dos quais resultaram 37 acusações, sobre crimes ligados a lavagem de dinheiro. No total foram foram detetados 22,5 milhões de euros, um valor que não inclui dados de 2018, o que leva a PJ a crer que o valor será certamente maior.

Este ano já foram detidos oito indivíduos.