Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP indicou que a recuperação dos resultados líquidos está relacionada com uma forte penalização registada no primeiro trimestre do ano passado, devido a "um volume de produção de energia hídrica anormalmente baixo (em Portugal -48% face à média histórica)", associado a um período de seca.
A EDP garantiu ainda que o primeiro trimestre deste ano "teve um impacto reduzido do período de confinamento associado à pandemia covid-19, que teve início nos principais mercados [da empresa] em meados de março".
Ainda assim, “o volume de eletricidade vendido na Península Ibérica caiu 4% face ao período homólogos, devido principalmente ao decréscimo da atividade económica em Espanha provocado pelo impacto da pandemia covid-19”, referiu a elétrica.
O grupo liderado por António Mexia informou que o resultado líquido do trimestre “foi penalizado pelo impacto negativo não-recorrente da recompra da nossa obrigação híbrida executada no período (-45 milhões de euros)”, sendo que “excluindo este efeito e a contribuição extraordinária sobre o sector energético em Portugal (- 61 milhões de euros), o resultado líquido recorrente apresenta um crescimento de 51%, para 252 milhões de euros”.
Já o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) subiu 6%, para 980 milhões de euros, nos primeiros três meses deste ano.
Neste caso, refere, “o segmento de clientes e gestão de energia foi o principal potenciador” desta performance “enquanto o crescimento das renováveis foi prejudicado pela desconsolidação de projetos vendidos como consequência da aplicação da estratégia de ‘asset rotation’ [rotação de ativos] durante 2019 (-49 milhões de euros)" bem como por "condições de mercado adversas no Brasil (-28 milhões de euros em termos homólogos)".
O grupo indicou ainda que no período em análise “não houve efeitos extraordinários registados no EBITDA, no entanto os recursos hídricos e eólicos ficaram aproximadamente 10% abaixo da média histórica, prejudicando o EBITDA em cerca de 70 milhões de euros”.
O grupo angariou, até ao final de março, receitas de vendas, serviços de energia e outros de 3,5 mil milhões de euros, uma queda de 6% face a igual período do ano passado.
No período em análise, a dívida líquida da EDP foi reduzida em 8%, para 12,7 mil milhões de euros “o valor absoluto mais baixo dos últimos 13 anos”, salientou o grupo, na mesma nota.
O grupo realçou ainda que em março a sua posição de liquidez financeira era de 6,9 mil milhões de euros, um valor que cobre as “necessidades de refinanciamento para além de 2022”.
“Já em abril de 2020, em pleno período de confinamento covid-19, a EDP emitiu 750 milhões de euros em obrigações ‘green’ com maturidade de 7 anos a uma yield de 1,7%”, lembrou a elétrica.
Por outro lado, o investimento consolidado da empresa cresceu 24%, para 425 milhões de euros, nos primeiros três meses deste ano, sendo que, deste valor, 80% foi para a expansão.
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