Segundo o Instituto da Segurança Social, no total, atualmente há 356 médicos a trabalhar neste sistema, que faz a confirmação da subsistência de condições de incapacidade para o trabalho para efeitos de concessão ou manutenção de prestações sociais de Segurança Social (doença, invalidez e dependência), bem como a certificação de doença profissional.
Em janeiro, dados revelados pelo Ministério da segurança Social davam conta de que, no ano passado, um em cada cinco trabalhadores com baixa médica podia trabalhar.
Somando as inspeções extraordinárias às inspeções regulares, no total foram feitas mais de 262 mil inspeções em 2016 (mais 19% do que no ano anterior), concluindo-se que 22% destes trabalhadores de baixa foram considerados aptos para o trabalho.
Depois da revelação destes dados, um estudo da Defesa do Consumidor - Deco divulgado em março revelou que um em cada cinco médicos de família recebem todas as semanas pedidos de baixas médicas desnecessárias e 8% confessam que acabam por ceder aos doentes, mesmo sem motivos clínicos.
De acordo com este estudo, quase metade (48%) dos médicos inquiridos assume que todas as semanas prescreve exames desnecessários apenas porque o doente insiste.
“Apesar de os clínicos afirmarem que são regularmente confrontados com estes pedidos, e que por vezes até cedem, a percentagem de doentes que admitem exagerar sintomas para obterem exames, medicamentos ou baixas é mínima”, refere a Deco.
O estudo da Deco, feito entre setembro e outubro de 2016 e que obteve respostas de 1.013 pacientes e 281 médicos de família, evidencia “uma inconsistência de comportamentos”, com "o doente que exagera e o médico que não sabe dizer ‘não’”.
Citado no estudo, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, afirmou: “É muito pouco frequente o doente insistir. O que não quer dizer que não haja doentes simuladores, que tentam e conseguem iludir o médico”.
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