“No geral, o nosso comércio e investimento bilaterais reduziram. Entretanto, os países continuam a oferecer ricas oportunidades para as empresas de ambas as economias”, afirmou hoje a vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Maria Assunção Abdula.
A Missão Empresarial Moçambique – Portugal, apresentada em conferência de imprensa hoje, em Maputo, vai decorrer no Porto e em Lisboa, de 22 a 24 de abril, levando às duas cidades portuguesas “mais de 80 empresas dos setores agroindústria, energia, turismo, transporte e finanças”.
“Tem como objetivo explorar as oportunidades oferecidas às empresas portuguesas para se internacionalizarem, como forma de aumentar e diversificar o investimento português em Moçambique. Do nosso lado, as exportações caíram. Há dez anos, as nossas empresas exportavam pouco mais de 100 milhões dólares [92 milhões de euros] para Portugal, cinco vezes mais do que exportam atualmente. O mesmo se observa nas importações, que caíram para metade”, apontou a dirigente.
O objetivo, explicou Maria Assunção Abdula, é inverter este cenário: “Para ver, atrair e explicar aos empresários que estamos num estágio diferente. Queremos motivá-los e dizer que Moçambique continua cá, de portas abertas”.
De acordo com a vice-presidente da CTA, a crise económica provocada pela covid-19 levou ao arrefecimento destas relações, afetadas também pelo problema de raptos de empresários em Moçambique.
“É outra consequência também, os empresários têm estado a sair do país”, observou, sublinhando a vontade em inverter este afastamento com um contacto direto em Portugal.
“Nós queremos é explicar isto ‘in loco’, presencialmente. E podermos com isto convencer os nossos homólogos em Portugal que devem vir a Moçambique investir, porque as oportunidades cá estão”, acrescentou.
Este fórum chegou a estar agendado para esta semana, mas foi adiado para contar com a presença do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que estará em visita a Portugal na altura, para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, avançou ainda.
“Uma vez que vai haver em Portugal o dia 25 de Abril e o nosso chefe de Estado, o nosso Governo, estará presente, nós gostaríamos de fazer esta missão junto do nosso Governo, porque é sempre algo que nos acarinha, que passamos uma mensagem diferente, uma mensagem forte. Portanto, a CTA, parceira do Governo, não tínhamos como e tivemos que mudar para uma melhor missão (…) Sim, nós vamos ter a presença do nosso chefe de Estado”, afirmou Maria Assunção Abdula, questionada pela Lusa.
A missão terá como “momento mais alto” o Fórum de Negócios Portugal — Moçambique, no dia 24 de abril, sob o tema ‘Internacionalização das Empresas Portuguesas nos PALOP: O caso de Moçambique’, que será “dirigido pelo Governo de Moçambique, onde serão assinados acordos de cooperação empresarial”, detalhou ainda.
Durante a missão, a CTA pretende, em parceria com as congéneres empresariais portuguesas, “gerar novas oportunidades para estabelecer parcerias, representação de marcas de setores como petróleo e gás, agroindústria, transporte, logística, finanças e serviços, energias renováveis, hotelaria e turismo”.
“Iremos propor igualmente uma Comissão de Trabalho conjunto, Governo e o setor privado dos dois países, coordenada pela Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações APIEX, para concretizar todas as intenções de negócio que serão reveladas durante a missão. Com este roteiro, acreditamos que poderemos conferir outro ímpeto às relações empresariais entre Moçambique e Portugal, consubstanciando-se no aumento do comércio e investimentos bilaterais”, concluiu.
Comentários