No entanto, de acordo com o último Office Flashpoint da consultora imobiliária JLL, a atividade acumulada do mercado de Lisboa, entre janeiro e maio deste ano, mantém-se 11% acima de igual período do ano passado, atingindo os 78.961 m2, mesmo integrando os cerca de três meses de confinamento.

Para a Head of Office & Logistics Agency & Transaction Manager da JLL, Mariana Rosa, “esta travagem mais vincada da atividade em maio era expectável”.

E prosseguiu: “A dinâmica de ocupação só não se ressentiu mais cedo porque nos dois meses anteriores já sob efeito do confinamento ainda se notou o impacto de operações que estavam a ser negociados antes desta circunstância”.

“Obviamente que numa situação em que toda a economia e as empresas foram obrigadas ao confinamento, o mercado não sai imune”, lê-se no comunicado.

O mesmo aconteceu no Porto, onde a absorção acumulada (janeiro a maio) está 10% acima do valor do ano passado, situando-se nos 22.547 m2 tomados, embora este mercado, ao contrário do de Lisboa, tenha vindo a registar níveis baixos de atividade desde o princípio da pandemia de covid-19, salienta a consultora imobiliária.

Em maio, a ocupação de escritórios no Porto atingiu os 1.834 m2, uma queda de 68% em termos homólogos, mas exibiu um crescimento de 17% face ao mês anterior.

O mercado de Lisboa, por sua vez, contabilizou 11 operações em maio, uma procura marcada por áreas pequenas e sem registo de operações acima dos 1.000 m2, sendo que neste mês, a área média ocupada recuou para os 479 m2, ficando a maior operação em 912 m2.

As zonas 1 (Prime CBD) e 6 (Corredor Oeste) foram as mais dinâmicas, ambas com 40% da atividade, registando-se ainda operações na zona 2 (CBD), que agrega os restantes 21%.

O setor de “Serviços a Empresas” foi o responsável pela maioria da absorção, com uma quota de 26%, seguida pelos setores de “Outros Serviços” e “TMT’s & Utilities”, ambos com 22%.

Nos primeiros cinco meses deste ano, contabilizam-se 48 operações, representando uma área média de 1.645 m2, refere a consultora imobiliária.

Em termos de procura, as empresas de “Serviços Financeiros” são as mais dinâmicas com 44% da absorção acumulada na capital portuguesa.

No Porto, em maio, registaram-se três operações, embora apenas uma concentre mais de 95% do volume, ficando a área média do mercado nos 611 m2.

Esta operação, com cerca de 1.700 m2, foi registada na zona 6 (Matosinhos), representando 97% da atividade mensal, com as empresas dos “Serviços Financeiros” a dominarem o mês de maio.

Nos primeiros cinco meses deste ano foram contabilizadas 20 operações com uma área média de 1.127 m2, evidenciando-se a zona 1 (CBD Boavista), com 35% da absorção de área de escritórios.