“Estimamos que a EDP consiga pelo menos manter o seu perfil financeiro ao nível de 2016 (excluindo o efeito negativo da subida de algumas despesas fiscais não recorrentes), em linha com a orientação de um ‘rating’ ‘Baa3’ [último nível da categoria de investimento de qualidade]” para a dívida de longo prazo, lê-se num relatório hoje divulgado pela Moody’s sobre o impacto da venda da EDP Gás.

Recordando que a alienação da EDP Gás à REN por cerca de 532 milhões de euros se insere na estratégia de desalavancagem e reestruturação de ‘portfolio’ anunciado em março pela EDP - juntando-se à venda da subsidiária de distribuição de gás em Espanha Naturgas Energia Distribución (NED) e completando a saída do grupo do negócio de distribuição de gás na Ibéria – a Moody’s diz tratarem-se de “transações consistentes com o Plano Estratégico 2016-2020 da EDP”, que terão “apenas um modesto efeito negativo no perfil de risco de negócio da empresa”.

“Como resultado da venda da EDP Gás e da NED, a proporção dos resultados associados às redes ibéricas reguladas vai diminuir de aproximadamente 27% do EBITDA, de 3,7 mil milhões de euros do grupo em 2016, para cerca de 22%”, refere o vice-presidente sénior da Moody’s, Niel Bisset.

Contudo, acrescenta, o perfil global de risco do grupo permanece "robusto" e a oferta pública de aquisição (OPA) às 22,5% das ações da EDP Renováveis que não detém irá aumentar a exposição económica da EDP ao setor das energias renováveis, o que é consistente com a estratégia de longo prazo do grupo e diversifica a origem dos rendimentos para além da Ibéria.