“Ontem [quinta-feira] tive a oportunidade de expressar que seria positivo o Orçamento [para 2024] ser aprovado e parece que vai acontecer. Dentro do cenário de maior incerteza dá uma perspetiva de maior certeza”, afirmou Paulo Macedo, acrescentando que o Governo que sair das eleições de março poderá naturalmente fazer um Orçamento Retificativo para o adequar às suas políticas.

O gestor considerou ainda que, com esta crise, “Portugal fica mais debaixo de foco” e que “aspetos menosprezados internamente como redução de dívida, menor défice ou ligeiro ‘superavit’ [excedente orçamental] passam a ter mais importância agora”, na apreciação do país internacionalmente.

Sobre a possibilidade defendida pelo PS de Mário Centeno passar a primeiro-ministro, Macedo considerou uma “pessoa competente e séria” e que é conhecida a sua área política, mas que uma mudança dessas traria ainda mais instabilidade.

“Há outra questão para mim clara, não é afastar o governador do Banco de Portugal que dará estabilidade do país”, afirmou.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos. No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

Na quinta-feira à noite, António Costa defendeu que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, deveria suceder-lhe na liderança de um novo executivo, no atual quadro parlamentar, e lamentou que o Presidente da República tenha optado por eleições antecipadas.

A Caixa Geral de Depósitos apresentou hoje lucros de 987 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 43% do que no mesmo período de 2022.